quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Hola Canárias

E passados uns sete dias em que as minhas maiores preocupações passaram por não apanhar um escaldão e encontrar um sítio longe dos olhares indiscretos para poder realizar tranquilamente as minhas necessidades fisiológicas, eis que volto a civilização, mas comecemos do inicio…
Pois bem, lá cheguei eu às Canárias (Fuerteventura) no dia vinte e nove, meio desterrado e com a cabeça ainda algures no meio do Atlântico.
O inicio, foi como era de esperar de qualquer viajem deste calibre, cheia de peripécias desde o facto de não saber como se escrevia o nome da cidade para onde ia (é que se escreve morro jable e se lê algo como móórrrrróóórááblééé) e descobrir que como tinha ficado sem saldo nem as pessoas que se iam incumbir de mim, podiam telefonar-me, mas lá consegui desenrascar-me e quando dei por mim já me encontrava a cruzar a ilha desde o norte para o sul, olhando estupefacto para uma paisagem lunar que se estendia para o horizonte e com a inevitável pergunta na cabeça “onde raio é que me fui meter?!”
Quando cheguei a Morro Jable, que pelos vistos ainda não era suficientemente longe, encontrei uma bióloga que me aguardava, que não tardou em me conduzir através das áridas montanhas Canárias até uma praia de nome Cofete, que é simplesmente incrível: se de um lado o comum mortal se perde num profundo azul-marinho, do outro fica inevitavelmente esmagado pela imponência das enormes montanhas já para não falar das noites em que por não haver luz, as estrelas parecem ao alcance de um braço.
Quando cheguei ao acampamento este consistia em duas roulottes, uma casa pré-fabricada que serve de dispensa, uma estrutura de madeira para guardar tanques e duas áreas entre as quais se encontram distribuídos dez ninhos de tartarugas.
No acampamento estavam a minha espera mais três voluntarias em que de longe se poderia verificar o seu pedigri espanhol: todas pelo menos com uma tatuagem, piercing em algum sitio bem visível, uma barriguita que pressupõe uma vida recheada de tapas, e a típica voz meio masculina e alta espanhola.
A partir dai os meus dias consistiram a montar os tanques, a fazer a vigilância dos diferentes ninhos, a tomar banho, a medir as tartarugas e a identifica-las á medida que estas vão brotando dos seus ninhos, mandar umas bocas às outras voluntárias para comprovar o mérito que toda a gente me reconhece por ter estudado biologia marinha e imaginem, aparecer na televisão das Canárias! Pois é já me começo a tornar mediático, é que a rainha de Espanha veio ao nosso acampamento soltar umas tartarugas e desde ai as cadeias de televisão bem como os jornais locais passaram a fazer reportagens periódicas sobre o acampamento, enfim rumo ao estrelato.
A única carência que ainda persiste até agora, bem mais importante que a clássica presença feminina para partilhar as estrelas e ouvir a melodia das ondas…é uma presença masculina com que possa debater as importantes temáticas que são futebol e as mulheres, visto que todos os dias a conviver só com mulheres e em que ciclicamente vêm a tona das conversas temas como dietas, bronzeado, depilações e as típicas facadas nas costas, ainda por mais em espanhol, a verdade é que me faz falta a simplicidade masculina em que ao fim de quinze minutos já ele se esqueceu do meu nome e passa a chamar-me Cristiano Ronaldo e eu a apelidá-lo por Xavi ou Raúl consoante os gostos.
Pois bem caros interessados, acho que vou deitar para aproveitar esta noite rodeado por civilização, visto que amanha volto para a longínqua e paradisíaca praia de Cofete e já só volto quando for definitivo, mais ao menos daqui a sete dias para que todas as tartarugas nasçam, e para ter uma reunião com o meu orientador, um tal de Luís Felipe, que pelo que me disseram é o melhor no que toca à temática das tartarugas marinhas por terras espanholas, o que deixa um pouco nervoso já que imagino que o meu modesto percurso académico pouco o vai impressionar.
Para finalizar, caro chewbaquita estou a ver que essa tua estadia pela polónia esta a prometer muito, vê-la que não seja como o Benfica nos últimos anos…quanto à inevitável pergunta se já andas por ai a partir gelo não se justifique já que ainda não recebi nenhum telefonema ou email teu!
Comprimentos Canários!

5 comentários:

  1. Aquele que ainda não tem nome7 de outubro de 2009 às 07:01

    E já te passou o cagaço seu maricas? Já viste que não há nada aí que te morda?!
    Ao que parece tás com uma má vida tás... Talvez não tão bem quanto o polaco, talvez melhor se visto de outro ângulo...lol
    As espanholas é que parecem ser a tua última tara não? ahah

    Abraço

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  2. Primeiro que tudo ñ é comprimentos mas sim cumprimentos.....e pára de dizer k dás mergulhos e andas a apanhar escaldões...pois aki faz um frio do c......! pois realmente eu pareço tar 1cado melhor, depende do ponto de vista, plo menos vejo mt mais gente..... :)
    pode ser k qq dia recebas algum email....MAYBE....eheheh

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  3. Como é espanhol!!!! chagaste bem? a viagem correu bem? comeste bem? esta tudo bem meu menino? lol tao ja te passaram os nervos?? fdss.. cheio de sorte!! podes cagar ao relento!!! mta nice!
    va fica bem!!!!
    "comprimentos" (hehehe esta ate eu sabia!!!!)

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  4. Aquele que ainda não tem nome7 de outubro de 2009 às 18:45

    Então e porquê chicharro canario?

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