segunda-feira, 28 de março de 2011

Migrações

Boas,


Hoje pela manhã, bem cedinho foi conhecer o aeroporto de Brindisi, mas infleizmente por uma razão que me deixou triste. Uma das escamas Salentina deste plutão de carapaus teve que deixar a velha cidade de Lecce por questões de força maior. Quando digo maior, implica a finalização e devida entrega de um documento que estabelece a idade de recruta (não de maturação) de qualque peixe. Isso mesmo, estes meses têm sido para muitas das escamas que por cá andam a viajar, épocas decisivas e de intenso trabalho…mais uma razão pela qual este site tem parecido obsuleto.


No início de Fevereiro, vim até Lecce, via Barcelona e Roma a fim de dar início à minha fase de recruta. Eu, como escama caudal vou seguindo os movimentos e passos de outras escamas deste carapau. Não vos vou falar de Barcelona nem de Roma, porque não há palavras sufucientes para aqui as descrever. Mas Lecce sim, é uma cidade museu! Cada vez que me vou ao centro, seja por que meio for, há sempre um pormenor novo numa pequena esquina desconhecida. Vale a pena visitar…bem dizina a mencionada escama.


As circunstâncias que me trouxeram a Lecce foram as mesmas que a escama Salentina, como já referi, mas devo confessar que por mera coincidência os nossos rumos cruzaram-se mais uma vez. A meu ver, tive um guia quando cheguei, um orientador, um colega de trabalho, uma boleia ou um pendura de vez em quando, uma visita para jantar, mas mais importante que isso, tive um Amigo que por cá deixou as suas marcas (incluindo o carro). Durante o último mês e meio que passou, juntamente abordamos vários temas, entre eles o nosso futuro como biólogos marinhos e mesmo o futuro do país (sem comentários) onde as nossas raízes se fixam.


Depois de emigrar, seja para estudar ou procurar novas oportunidades de emprego, tenho-me enchido de sensações que antes nunca senti. Vermos o país de outra prespectiva fez-me, talvez olhar para ele com outros olhos. Talvez uma das vontades de ter vindo cá para fora, foi precisamente de aprender com outros, conhecer novos mundos que não o habitual e ver os “podres” que varrem o sistema a que estamos acostumados. Em 2 anos, vivi em 3 zonas bem distintas da Europa e destas muitas conclusões tirei. Creio que uma delas, e a mais importante é o facto de o “Português” ser uma espécie rara a com um potencial enorme. O conjunto de virtudes que um indivíduo Português condensados num só corpo ultrapassam os de muitas outras nacionalidades, o que nos dá vantagens que nem imaginamos. Para além do potencial como pessoas que somos, o nosso país é riquíssimo…vejam só o mar!!! O que nos afoga, porém, é a falta de precepção (provavelmente já não se escreve assim) destas potencialidades! Esta falta de precepção pode também ser confundida com a perguiça, que as regiões do sul Europeu tanto se orgulham. A verdade é que vejo luzes ao fundo do tunel para nós. O futuro é nosso, mas temos que nos conhecer bem. Para terminar, quando voltasse para Portugal gostaria de deixar de parte os podres e olhar para as potencialidades que ambos portugueses e Portugal têm e com isso desenvolver projectos de vida estejam ao nosso alcance se nos esforçarmos, claro. A escama mencionada e eu ainda abordamos esse tema e quem sabe se um dia os nossos rumos se cruzam novamente para exaltar as nossas próprias potencialidades.


Estou muito patrióta, mas nesta época, se não formos positivos ficamos a xuxar no dedo.


A escama rabejadora!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Una serata...

Visto que este blog anda deserto à “tropo” tempo, “chi sá” se este pequeno episódio possa suscitar à escrita dos restantes elementos que ainda estão fora, e claro que também aos que já andam pelo nosso cantinho chamado Portugal.

Na noite passada do dia 28, como já é habitual, fui dar uma saída para o centro de Lecce e como as 6as são o meu primeiro dia de saída da semana, é sempre esse o dia que mais me liberto, ou seja, os sábados costumam ser sempre um dia penoso.

Nesta noite, depois de um jantar bem completo, fui-me encontrar com a malta jovem de erasmus, ao mítico bar de Lecce, The New Paolone, onde temos a cerveja mais barata, 66dl a 1,5€ é muito bom por estas bandas.

Ali estivemos, a conversar, a beber, a fumar para os que fumam e por volta das 0230 decidi ir ter com o meu cúmplice do episódio da Polizia, a um bar mais “underground” de Lecce, o Zie, onde também estive com a malta italiana.

Lá estive mais uma hora, a falar, discutir com o espanhol sobre qual dos nossos países era melhor, onde de tabela, levei com uma critica de um “local” em que eu estava a falar italiano à Mourinho, ou seja o nível de sobriedade já não era o maior, de maneiras que a qualidade do meu italiano decaia a cada golo. Mas não obstante disso, ganhei na discussão com o espanhol!

Ao tornar para casa, é que a noite se tornou interessante, não para mim claro, mas para vocês que lêem e para aqueles que infelizmente puderam observar. Então lá ia eu demasiado feliz da vida, na minha estimada bicicleta, a caminho de casa, quando me deu a ideia de me por a andar sem mãos, o que estando sóbrio e com o terreno seco, é bastante tranquilo, mas não era o caso para nenhuma das condições acima referidas. O que aconteceu foi que caí, na qual não tenho bem a certeza de onde foi ou como foi, só tenho o flashback de estar estatelado no chão, e de ouvir risos de rapariga ao fundo. Devo-me ter esquecido de imediato, pois ao sair do centro histórico, numa recta ligeiramente inclinada ,deixei-me levar pela emoção de andar sem mãos e de tal maneira me estava a sentir bem, que até acreditei que conseguiria subir uma rampa em curva de um lancil de passeio, rampa essa em mármore liso e molhado. O resultado não poderia ser outro e lá fui eu mais uma vez ao chão, desta vez passei a lembrar-me, pois ainda fiz umas mini-mazelas no braço e na perna. Felizmente não estava ninguém nas redondezas, pelo menos que desse conta.

E lá fui eu, cabisbaixo para casa...

Ciao

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A situação

Caros leitores,
Como devem ter notado, a taxa de publicações tem reduzido drasticamente. É de referir que nem todos as escamas que se iniciaram nesta área de contemplação permanecem no estranjeiro. A verdade é que a grande maioria (4/6) voltou para a terra natal a fim de dar um achego às respectivas teses de mestrado, porque no fundo é o que andamos a fazer, caso não tenham reparado. Não quero com isto dizer que uns estão mais ou menos atrasados na elaboração, mas decerto é que devem ter mais que fazer do que escrever histórias aborrecidas de como irão fazer a análise estatísticas dos dados obtidos enquanto no estranjeiro. Entendo o ponto de vista. Mas não desanimem meus caros, pois a jornada destes indivíduos ainda agora começou.
No meu caso, estou "lá fora" faz já um ano e por cá permanecerei até que haja oportunidade, coragem de estar longe da família e mesmo vontade. Será que irei conseguir juntar-me ao La Campana Leccese antes que este se divague para outras terras em meados de Março?
Soube que o Chicharro Majorero está sob a alçada do meu primo Miguel, confirma-se?

O halloween em Espanha é muito pouco usual, tal como em Portugal, mas dado a variedade de nacionalidades com quem me confronto diariamente, decidimos então proceder a uma festa com vestimentas a preceito tendo em conta o tema. Pois bem, o trajes de todos fizeram sucesso, mas a festa esteve calma...o pior veio quando nos deparamos que chovia a potes e as devidas maquilhagens estava a desvanecer escurrendo pela cara.

As Astúrias tem dado que falar. Alonso é Asturiana e está para ganhar o mundial da F1, O David Villa (Asturiano que marcou o golo que nos eliminou do mundial) finalmente marou pelo Barça, o outro gajo que ganhou o prémio nobel da literatura é também asturiano, a princesa Letizia idem...epah, rendi-me às evidências. Até o Woody Allen diz que seria o refúgio perfeito para ele...
Esta terra mal conhecida lá fora tem um enorme potencial. Os passeios pelas montanhas e pela costa Norte são sempre suberbos e a gastronomia chega a conseguir estar perto da qualidade da nossa...ou seja, um quase. Finalmente provei la sidra asturiana, o queso cabrales con mermelada e a fabada asturiana, que não é mais que uma feijoada transmontana onde o feijão castanho é substituido pelo branco grande e os embutidos (enchidos) são os mesmos excluindo a farinheira, não fazendo o sabor variar muito. Está-se bem por aqui e já deu para surfar, mas devido à quantidade de tarefas académicas, pouco consegui fazer.
A passagem d'ano está apontada para ser passada cá nos Picos de Europa juntamente com os amigos que se queiram juntar numa casinha no meio da serra a alugar, onde se fazem passeios e se procuram ursos, grifos e outros elementos típicos, ou seja, o convite está aberto, é uma questão de me contactarem!
Até breve PS: tenho apoiado o "Mou" e a sua quadrilla e quero ver se vou ao jogo do Sporting de Gijón - Real Madrid no próximo dia 28 de Novembro.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

I trasgressori

Penso que este pequeno episódio merece um lugar nesta biblioteca, pois daqui a uns bons anos devo-me esquecer dele... de maneiras que depois posso recordá-lo! e claro está para vosso conhecimento....
Tudo se passou na 5a feira passada, dia 21 de Outubro, quando ao sair de um concerto recebi uma chamada a dizer que a noite ainda continuaria, pois estava a haver uma festa em casa de umas espanholas, no centro histórico de Lecce. Como fui dos últimos erasmus a sair do recinto do concerto, pois estava com malta italiana e um espanhol, fui com este mais outro italiano, ter ao ponto de encontro que tinha combinado com a pessoa que me tinha chamado. Depois de algumas passadas, o italiano teve que fazer uma breve paragem para soltar as águas, e quando este o fazia o espanhol teve a ideia de se meter a fazer tags (fazer rabiscos) numa parede e caixa de electricidade no centro de Lecce.
Quando estávamos a chegar ao ponto de encontro, eis que aparece um carro da "Polizia" que nos abordou.
Começaram a perguntar de onde é que vínhamos, para onde íamos...depois pediram-nos a identificação e por fim disseram-nos que lhes mostrássemos tudo o que portávamos. Os objectos que mais interessaram aos agentes, foram um caderno que o espanhol costuma fazer os seus desenhos e o marcador que ele tinha usado para fazer a sua dita assinatura na parede. Entretanto chegou outro carro da "polizia" em que um dos agentes era um perfeito otário, e só dizia "vocês agora... digam adeus a Lecce, adeus erasmus..." esse tipo de coisas.Daí disseram-nos que entrássemos no carro, e fomos levado ao local onde se tinha parado para a troca de águas do outro, e claro está, onde o espanhol tinha escrito. Ali confrontaram-nos realmente com a questão daquela apreensão...(não é que não tivéssemos desconfiado). depois da confissão do culpado, disseram-nos que tínhamos sido "apanhados" pelas câmaras de video que estão espalhadas por Lecce.
Obviamente que não nos deixaram ir embora, e fomos levados para a "questura" ou seja, para a sede da policia, onde ficámos retidos durante umas bem sofridas 3 horas, pois não estávamos no nosso estado mais sóbrio e claro que a mim começou-me a vir o sono, mas os outros dois nem me fechar os olhos deixavam, pois diziam que os policias não iriam gostar e que se me vissem que nos deixavam lá a noite toda....
Para além do tempo e a noite desperdiçada, eu e o italiano, fomos somente identificados, e o espanhol foi levado para ser fotografado, para lhe tirarem as impressões digitais, etc. Agora terá que se apresentar ao tribunal quando for chamado, mas em principio não lhe acontecerá mais nada.
Ás 0600 da manha lá nos deixaram sair...e claro que a dita festa... já tinha acabado.

No dia seguinte a noticia já tinha corrido por toda a comunidade de erasmus e de italianos... tanto devido ao famoso e inevitável passa-palavra como ao facto de termos sido referencia nos jornais e canal televisivo local....

Sempre no rumo da fama!

Para quem souber ler italiano, ou simplesmente quiser ver as referencias dos jornais do sucedido, eis as páginas:
e ainda
em ambos podem ver o nome da minha cidade, agora conhecida dos italianos Lecceses, como uma fonte de gente que só sabe riscar nas paredes....

E assim se passou uma noite diferente....
Ciao!

P.S. Devo referir que o tratamento dos agentes de autoridade para connosco foi do mais cordial e profissional possível!


domingo, 17 de outubro de 2010

Allora...

Desde já as minhas mais sinceras desculpas pela excessiva ausência de publicações, afinal de contas ainda me encontro "perdido" pelo velho continente....
Este 2º round da minha aventura por Itália começou dia 8 de Setembro, dia em que cheguei a Lecce depois de ter estado o mês de Agosto em Portugal.
Um mês e quase meio em Itália já dá que contar bastantes coisas.......

Quando cheguei a Lecce, fiquei de ir procurar casa com o meu antigo colega de casa, o Enrico, pois a convivência na anterior casa tinha sido bastante agradável de maneiras que combinamos que quando eu retornasse, iríamos procurar casa para ficarmos juntos mais uma vez.... Assim foi, até que demos com uma casa bastante boa, na qual quisemos ficar, o problema é que a proprietária desta era uma chata de primeira ordem... mesmo assim resolvemos que ficaria-mos ali, e que eu deveria mudar-me o mais cedo possível pois já estava à dois dias a dormir na minha carrinha....
Ora como eu já referi acima, a mulher era mesmo chata e maluca, pois começou com conversas de que queria que fizéssemos um contrato de 4 anos..... Ora isso para mim... impossível, pois nem um ano ali iria ficar... quanto mais 4... Dissemos-lhe que não seria possível, que só poderíamos estar um ano, ela concordou, e ficou de tratar do contrato para o pudermos assinar, para que eu depois pudesse mudar-me. Oras isto soa tudo muito fácil e bonito, mas as coisas começaram a complicar-se. No dia seguinte ligo para saber se já tinha o contrato para assinar, e começa-me a criatura a dizer que ai que não sabe... quer 4 anos de contrato... etc etc..... lá fomos falar com a mulher outra vez... e depois veio à baila que a casa estava sem luz nem agua, que deveria-mos ser nós a tratar dessas coisas.... enfim.... mesmo assim não foi problema a questão da agua e luz, e ficamos assim, de no dia seguinte ir assinar o contrato.....
Sabem o que aconteceu no dia seguinte? A mesma coisa do dia anterior..... e o desgraçado a dormir na carrinha.... Não é que se durma mal, de facto dorme-se bastante bem e até tinha direito a banho pois estacionei a carrinha à porta de um espanhol (El Burgui) que ainda cá estava, mas que vivia num T0 só com uma cama. Claro está que os 10 dias que lá passei, à pala daquela criatura.... começavam a chatear uma beca.....
Assim que a paciência se esgotou decidi ir procurar um quarto só para mim, pois o Enrico também não tinha muita pressa em arranjar casa pois ele vive perto de Lecce e as aulas dele ainda não tinham começado.
Facilmente arranjei uma casa, aquela onde estou agora, cujo senhorio é um tipo de 29 anos, um bacano próprio! que vive na casa ao lado da minha. Nesta casa estão mais dois italianos, um chama-se Oleg, um tipo que estuda japonês e que é muito particular, muito simpático e excelente pessoa mas com umas quantas pancas, as quais não as sei descrever... só visto! O outro ainda não chegou de férias.
O meu quarto é bacano, é um dúplex!!! pois tem como que uma estrutura em madeira que faz um 2º andar onde se encontra a cama. O problema é que para lá chegar tem que se subir por umas escadas bastante íngremes, o que quando uma pessoa não está muito em si ( bêbado), pode apresentar um risco bastante significativo de se f...er todo.

Uma das vantagens de fazer erasmus em dois anos lectivos é que se conhece, talvez o dobro de pessoas que se conheceria num erasmus... digamos normal. Agora como já conheço os cantos à casa (lecce) tenho feito também de anfitrião da nova comunidade de erasmus que está a chegar. Vou procurar casa com eles e ajudo em pequenas coisas que necessitem, de maneiras que assim tenho conhecido bastante gente.
A malta começa a agora a juntar-se toda na noite e começa-se a criar o ambiente de erasmus semelhante ao que encontrei quando cá cheguei em Maio. Também semelhante ao ambiente de erasmus do ano anterior, talvez 85% são espanhóis... Depois há alguns alemães, franceses, romenas e claro portugueses.
As relações com os "caloiros" vão se criando principalmente nas noitadas que se fazem pelas ruas de Lecce, e não tem sido incomum esta malta confundir-me com um italiano, pois para falar com os espanhóis falo-lhes no meu italiano, porque agora falar espanhol.... confunde-me muito o sistema, sempre que começo uma frase em "espanhol"esta acaba inevitavelmente em italiano. Mas vai dando para nos entendermos muito bem!

No dia 7 deste mês, para meu agrado recebi o nosso amigo Márcio, que tem andado a dar uma volta por algumas cidades europeias.
Fui buscá-lo ao aeroporto de Brindisi, e ao entrar no edifício, deparei-me com sua excelência a traçar amizades com uma italiana, e que italiana... Surgiu-me logo o dilema de que deveria fazer... de maneiras que decidi dar-lhe algum tempo para falar com a rapariga, podia ser que ela quisesse vir connosco para Lecce. De maneiras que me pus a olhar para o televisor das chegadas.... mas sinceramente também não esperei muito, e fui interromper a conversa e" livrar" a rapariga do Márcio.
Nessa noite fomos a uma discoteca, juntamente com os erasmus, onde pudemos dar uns passos de dança.
Estava à espera que muitas coisas pudessem marcar a noite do Márcio, mas a ultima que eu estava à espera foi o facto de o homem só estar preocupado com gajos que tinham ar de... de menos gajos. O homem não se calou a noite toda com isto!! até ao chegar a casa teve de vir o tema ao de cima... enfim.
Os dias seguintes foram bastante normais, num deles fomos dar uma volta pela costa de Salento, e as noites foram as típicas noites de erasmus... a beber e falar na rua....
Toda a gente sabe como é conhecido o estômago do Márcio, não muito tolerante.... e não foram poucas as noites que o menino esteve lá perto, principalmente numa em que este parecia aquela personagem de contos infantis, que para saber o caminho de regresso a casa vai deixando as pedras pelo caminho... ele fazia-lo com o excesso de saliva que lhe vinha à boca mas a regressar a casa..... pena na altura os bares já estarem todos fechados.......
No dia 11 chegou mais uma excelente companhia, o senhor Nenuco!!! Ao tempo que já não via este gajo, e vê-lo em Lecce... foi muito bom!
Também o fui buscar ao aeroporto, e no caminho de regresso a Lecce pudemos por alguma da conversa em dia....
3ª feira passada fomos os 3, mais um italiano, um espanhol e duas francesas, jantar a um restaurante que este italiano nos tinha sugerido, claro está que fomos comer pizza! O Nenuco lá teve que ajudar o Márcio a acabar a pizza, que coitadinho tem um estômago pequenino. Consequentemente depois do restaurante, fomos para os copos, mas como eu e o Nenuco estávamos completamente cheios, beber também não era a coisa que mais nos estava a apetecer.... de maneiras que o senhor Márcio andava todo feliz da vida, de pança a meio, a chamar-nos bambinos e pequeninos.... enfim.... ou se joga com as mesmas cartas ou assim não vale...lol
4ª feira foi o ultimo dia deles em Lecce, durante o dia demos mais uma volta pela cidade, comemos um gelado.. o normal... à noite fizemos um chilli, em grandes quantidades, pois a noite previa-se forte, e aliás, eles à 0456 tinham o comboio para Bari, de maneiras que quando chegássemos da noite eles poderiam comer qualquer coisa antes de partirem....
Para meu espanto (ou não) no dia seguinte, já de manha, um dos pratos que tinha sido usado estava cheio... de quem era, quem é que estava sem apetite aquelas horas? desconfio de uma pessoa...
Eles chegaram bem a Praga, onde estão até amanha...
Bom eu estou farto de escrever, e talvez vocês de ler.... por isso fico-me por aqui.
Mais aventuras virão!!!

Ciao!



segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O cheiro a Esteva guiou-nos até Portugal!

Partida do Irish-Pub Celtic Towers em Gent (os amigos ficaram, não couberam no carro):
As últimas novidades tardaram em chegar, mas finalmente ganhei alguma coragem e tempo para explorar uma vez mais o nosso querido blog, que por esquecimento ou mesmo falta de novas histórias para contar tem sofrido a perda de conteúdo actualizado por parte dos seus membros, incluindo eu.
O Verão em Gent foi terrível, em Agosto só chegamos a ver o Sol umas 3 ou 4 vezes, deixando-nos quase à borda do desespero.Ao voltar de Gent, decidimos demorar um pouco mais (11 dias) em vez dos famosos 2 dias que os emigrantes demoram a voltar de carro para o nosso Portugal. Batemos então a costa toda do Norte de França, passando e memorizando paisagens vislumbrantes que jamais estaríamos à espera. Começamos por sair de Gent dia 31 de Agosto para Bruxellas, pois o aluguer da casa já tinha terminado. No dia seguinte saimos de Bruxelas em direcção a Calais, onde fica o túnel do canal da mancha entre França e Inglaterra. Chegados a um cabo notámos de imediato que a meteorologia teria mudado drasticamente desde que saíramos da Béglica. Estava tudo tão claro que até se via no horizonte a a costa rochosa perto de Dover (cidade Britânica onde desembarca o ferry vinda de Calais). Acampámos “wild” numa duna onde viémos a descobrir mais tarde ser uma das praias do desembarque no dia D, pois estava repleto de “bunkers”.

Prefazendo em média uns 300 kms por dia, chegamos a Fécamp, perto de Le Havre, onde dormimos no meio de uma floresta junto ao mar e com a maravilhosa ajuda do camping’ gaz pudemos fazer maravilhosas petiscos.

No dia seguinte, paramos em Honfleur, porto de pesca que tem uns restaurantes maravilhosos com peixe e ostras em todos os menús, e claro fizemos uma “pit-stop” antes da Anna-Maria e Joe (Grega e Alemã radical) se juntarem a nós perto do Mont de Saint-Michel, onde preparamos uma bela refeição com o único bico de gás que havia…mas o truque era beber muito vinho para que o chão ondulante não nos incomodasse enquanto tentavamos adormecer. Partimos para o Mont St. Michel que é brutal e fica no meio de um estuário e atinge uma altitude notável, sendo para nós motivo de desenho artístico. Ao entrarmos na sua fortaleza, outros amigos se juntaram a nós (David e Kristina, Galego e Norueguesa).
Le Mont de Saint-Michel:
Já eramos 6 em 3 carros repletos de malas e tralhas para passar o semestre seguinte noutro local que não a Bélgica ou Alemanha. Como é óbvio, a higiéne quando se faz campismo selvagem, é reduzida, por isso transportavamos connosco aqueles pequenos toalhetes com cheiro a limão e alcóol, contudo houve oportuindade para banhos como deve de ser. A seguir ao Mont de St. Michel, parámos em Cancale para comer umas ostras bem fresquinhas a 50 centímos cada, e para o campismo trouxemos também dois quilos de mexilhão que eram baratos. Disponibilizamos para cada um dos 6, mexilhões à descrição, queijos regionais, pão típico da zona, azeitonas entre outras, e claro, vinho Bordeaux, muito vinho para completar o serão na praia perto de Saint Malo. Houve também condições para tomar um banho à noite, pois a corrente vinda do golfo do México teria-nos aquecido as águas. St. Malo é um porto fenomenal, onde o mar se interlaça com a história da cidade que fica dentro de uma potente fortaleza, mostrando ao turista que a Bretanha tem muita história.

Antes de podermos ir tomar um banho decente em casa do David em Roscoff, paramos ainda em Dinan que é também muito bonita, viva e parecida do a cidade do Luxemburgo. Já em Roscoff, aproveitamos a estadia para respirar o ar marítimo e jantar num restaurante sem fonices, antes de rumar a Sul pela costa Oeste. Nessa noite a Carolina e eu decidimos ir até Lorient que é uma cidade feia e com muitos pedintes, mas conseguimos acampar numa praia com sapos por todo o lado…foi hilariante! No dia seguinte guiamos até Saint Nazaire onde pudémos descançar numas esperguicadeiras de um bar de praia. A Joe e Anna vinham ao nosso encontro, não fosse eu estar fisgado para apanhar umas ondas, rumamos até Les conches, dica que um ex-surfista nos deu.

Como estava a chover, alugamos uma pequena casa de campismo onde pudémos tomar um banho decente e dormir confortavelmente. No dia seguinte bem cedo, fui apanhar umas onda pequenas mas simpáticas, onde a Joe se juntou a mim, mal chegaram. Ao sairmos da água, dirigimo-nos até La Rochelle, cidade muito fixe com um uma grande espírito náutico, almoçando por lá e aproveitando o sol e calor que se fazia sentir para comer um “crêpe avec nutella”. Continuamos a guiar em fila indiana até Blaye, cidade quase fantasma, pois a escuridão da noite não nos permitiu ver onde estavamos a ir, até que um pequeno sinal de campismo apareceu, como se estivesse à nossa espera. Seguimos o sinal e começamos a entrar numa vila dentro duma fortaleza – citadelle do século XV muito interessante, onde conseguimos pernoitar à borla mesmo junto do campismo, percebendo pela manhã que tinhamos encontrado um spot fenomenal mesmo por cima do rio Gironde. Pela manhã apanhamos o ferry até Lamarque. A ideia era ir até à costa, Lacanau para ver como estava o surf, mas demasiado vento “onshore” se fazia sentir para que as ondas pudessem estar ordenadas. Acabamos simplemente por almoçar por lá, com a ajuda do camping’ gaz e decidimos seguir até Hossegor – Capbreton pela autoestrada. Como chegamos muito tarde e era uma zona muito habitada por surfistas, decidimos procurar um campismo onde pudessemos repousar e jantar mais uma vez à moda do desenrrasca. De manhã fui alertado pelo som de um animal a farejar os nossos pertences e deparei-me com um labrador da casa que estava a abrir o saco do chouriço que o André amavelmente tinha trazido de Portugal para Gent. O cão, como não conseguia rasgar o plástico, começou a comê-lo, obrigando-me a sair da tenda de boxers e um casaco para ver se o ele não engolia aquilo tudo, não fosse ele dar o “treco”. Sem eficácia, não consegui evitar que ele engolisse aquilo tudo de seguida, incluindo saco, chouriço + corda + ferrinho que unem as duas pontas do mesmo…espero que o cão não tenha tido problemas gastrointestinais. Depois deste episódio animal, rumamos a San Sebastian, já em Espanha, mas nós dois seguimos até Bilbao passando pela costa brutal, enquanto que elas ficaram em Biarritz. Ao chegar a Bilbao, deparamo-nos com o trânsito e talvez devido à nossa fadiga e esperança de chegar a Gijón, deixamos a visita desta cidade para um dia mais tarde, pois queriamos ver se encontravamos casa para o semestre seguinte. Dormimos nessa noite no campismo da cidade e acordamos a ver a baía junto ao mar que é brutal e onde agora vivemos! Fizemos uns telefonemas a fim de procurar casa, mas chegamos à conclusão que maior parte delas são casas de praia onde os senhorios alugam durante o Inverno a quem estiver interessado. Ainda demos um salto a Oviedo, onde fica a minha Universidade, mas queriamos chegar ao Porto a casa do Toni nessa noite.


Parque de campismo em Gijón mesmo junto ao mar...a nossa casa é num desses prédios:

A Carolina fazia anos nesse dia, por isso, apesar de passar maior parte do dia no carro, conseguimos chegar à Granja para comer uma francesinha e uns finos acompanhados pelo hospitalidade do António. Ainda fomos às “Galdérias” ou galerias no Porto para conhecermos o “bairro alto” de lá finalizando a noite de uma forma bastante suave, pois o cansaço enfraquecia-nos. O Açor tinha muitas saudades minhas e eu dele, por isso ainda lhe dei alguns carinhos…o feroz, mas amável canino queria inclusivamente vir connosco no carro. Pela tarde chegamos finalmente a Lisboa, onde estivemos com família, amigos e tal, fazendo no total desde Gent, 3.600 kms e gastando 4 depósitos de gasóleo! Agradeço a fiabilidade que o Opel Corsa D sempre me deu!

Com isto me despeço e de seguida seguem as notícias de Gijón…

Beijinhos e abraços

Si e Carol

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tempos de Mudança

O mundo está em fúria!
Cada clique que dou ao ver os jornais nacionais sobre as tristes notícias espalham-se e invadem as almas de emoções tristes, para quem é sensível a estes fenómenos, .
Como biólogo, ver as florestas e parques naturais a arder em Portugal, Itália, Grécia, Rússia durante o agosto é desesperante, mas o mesmo acontece no outro lado do mundo, especialmente na Austrália enquanto nós nos queixamos de que está muito frio entre dezembro e fevereiro. Na China, médio-oriente e EUA parece que a condensação atomosférica não dá tréguas e inunda os terrenos até mais secos do planeta, inviabilizando a criação de lençóis feáticos sob o solo. O famoso glaciar com dimensões 3x a cidade de Lisboa desprendeu-se na Gronelândia...

Ainda há dúvidas que o clima está todo trocado?

Ainda há dúvidas que há menos peixe no mar?

É como se tivessemos dado à nossa enorme biosfera e atmosfera uns bafos de "fumá fá-rir" e cada sistema natural começou a entrar em colapso mental, impedindo o normal funcionamento dos principais fenómenos, tal como os neurónios baixam a actividade de envio e receção de impulsos nervosos ao ser injetado CO2 pá corrente sanguínea. Somos mais qu'às mães e não sabemos aproveitar o esplendoroso planeta em que crescemos e evoluímos. A meu ver, dentro dos próximos 500 anos, voltaremos a demonstrar as nossas reais características animais que intrinsecamente estão em nós, entre elas a ganância pelo dinheiro, bem estar e conforto, gerando , claro enormes revoluções, guerras e golpes de estado! O mundo vai a baixo não tarda.
Hipoteticamente, se todos os insetos desaparecessem nos próximos 50 anos, toda a vida na terra entrava colapso. Pelo contrário, se a humanidade desaparecesse nos próximos 50 anos, toda a vida na terra resplandecia!
Os governos não se entenderam muito bem em Copenhaga, mas será que se entenderiam hoje, se na Dinamarca os fogos estivessem a "lavrar"?

Ficam aqui algumas opiniões de um simples cidadão que tenta ter uma pegada ecologica reduzida.

nota: novamente estou a insistir em escrever de acordo com o novo acordo ortográfico.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Alla fine della prima parte...

Caros,

Que melhor que uma noitada num aeroporto à espera do avião para voltar a casa, para escrever alguma coisa para esta enciclopédia erásmica?

Pois bem, neste preciso momento, encontro-me no primeiro andar do aeroporto de Bari, na zona de espera, sentado confortavelmente numa cadeira de massagens, que me parece que vai ser a minha “cama” desta noite. Era bom que o aeroporto de Frankfurt- Hahn fosse assim, não é? caros amigos que sabem do que estou a falar…. Mas chega de tretas.

Infelizmente o período de erasmus, para os que já cá estavam antes de mim, está a acabar, o que implica que tanto os que se vão embora, como eu, temos tentado acabar com os cartuchos que temos na algibeira. Não que vá acabar já o meu erasmus, mas os amigos que cá fiz nestes belíssimos 2 meses, vão e por isso vão-se…. De maneiras que tenho tentado estar com eles o mais possível.

Noutro dia, um dos espanhóis teve uma alta ideia! Que foi a de irmos ao Sul do tacão, a uma vila chamada Sta. Maria de Leuca, e alugar um barco, para irmos ver as grutas que nessa zona existem. Assim foi, Um português, 2 espanhóis, duas fêmeas da mesma nacionalidade, e mais um argentino.

Chegamos por volta das 1530 ao local, claro está que fazer estas coisas de manha são muito mais interessantes, mas os espanhóis nunca têm pressa para nada… enfim. No quiosque de aluguer lá tratamos da papelada toda, e fiquei eu o responsável pela embarcação, julgava que teria que ser eu por ser o único a ter a carta, mas aparentemente em Itália, para guiar embarcações até 40cvs não é necessário qualquer licença…

Lá fomos dar um passeio de 2 horas, onde todos pudemos guiar o barco, para meu receio, especialmente por uma das espanholas ser chanfrada de todo e afinal de contas se algo acontecesse eu é que as ouvia…mas correu tudo tranquilo! Como já disse, lá andamos com de um lado para o outro, ver falésias, grutas, parar a embarcação dentro delas para ir nadar uma beca nas suas águas escuras, enfim umas horas muito bem passadas.

Em terra firme, propus que fosse-mos para cima pela costa adriática, especialmente pelo percurso de Sta Maria de Leuca até Otranto, que é uma zona realmente bonita, sem duvida a minha favorita de Salento( é a província de Lecce). Assim foi e por volta das 8 estava-mos em Lecce, e deu-se o dia por acabado, mas não a noite, que fomos para os copos, como é de costume.

Os dias seguintes foram relativamente todos semelhantes, por assim dizer, de manha ir ao lab, durante a tarde faz-se o que se tem a fazer, por vezes vai-se à praia, e à noite vai-se ao centro ou a casa de alguém, infelizmente poucas têm sido as noites que não me tenho que despedir de alguém… mas é assim a vida de erasmus.

Alguns dias atrás, fui convidado para ir a um concerto e como é óbvio, aceitei o convite, mas sem sequer saber a que iria assistir.

Por volta das 2330, partimos de Lecce, passados uns 30 minutos saímos da “super strada” com são cá chamadas as auto-estradas, e metemo-nos por caminhos ermos e escuros pelo meio dos olivais. Passados uns bons minutos, já com a minha veia curiosa quase a rebentar e farto de ver oliveiras, mesmo sendo de noite, lá chegámos ao dito local, que não passava de uma área cercada, não maior que a grande área de um campo de futebol e isto claro no meio do olival. No interior deste recinto, estava a decorrer um festival de Hard Rock….. ora, para quem me conhece… deve saber que este tipo de musica não me diz muita coisa, nada mesmo, mas sinceramente… não que tenha de gostado da musica, mas o ambiente estava bastante fixe, calmo, eu sei que isto pode parecer um contra-senso, mas facto é que gostei bastante daquele festival. Via-se mesmo, que aquilo foi feito sem qualquer tipo de apoios ou patrocínios, de maneiras que embora a qualidade do espectáculo “per si” não fosse a melhor, aquilo era sem duvida alguma, uma coisa genuína, e de coisas genuínas já eu gosto!

Já o Sol anunciava a sua chegada, quando o condutor do carro decidiu que era hora de voltar, e assim foi, e eu como estava “cansado” mal sentei o cu no carro, adormeci logo… a viagem fez-se rapidamente, claro, mas ao chegar a Lecce acordei, e acordei mal disposto, mas de tal forma que nem deu tempo para parar o carro, deu foi tempo, mas pouco, para baixar o vidro e mandar o que me estava a fazer mal, janela fora. Felizmente só uma ou duas gotas do fluido venenoso é que ficaram dentro do carro e essas caíram-me no colo, de maneiras que só sujei o carro por fora. Mal cheguei a casa fui logo limpar a minha obra de arte, que se propagava desde a porta até ao final do carro. Feitas as limpezas, fui-me deitar que já bem me apetecia.

Os restantes dias passaram-se semelhantes aos outro todos, mas com a novidade de alguns deste, ter que ir a uma área marinha protegida, a de Porto Cesareo, encontrar-me com o director desta, para ele me ensinar a trabalhar com os programas que vão ser a base da minha tese, o GIS e o Marxan.

Hoje foi o dia de arrumar as coisas tirar tudo de casa, deixar a minha bebé na universidade, e quando voltar terei que encontrar outra.

Às 1927 tive que apanhar o comboio para vir para Bari, despedi-me dos meus vizinhos, na noite anterior dos restantes erasmus que ainda cá estão e dos italianos residentes. No comboio, a sensação de tristeza invadiu-me um bocadinho, pois em dois meses fiz bons amigos, os quais tenho receio de não voltar a ver, mas enfim… quando voltar, novos erasmus chegarão, e eu cá estarei para os receber tão bem, como fui recebido pelos que em cá estavam!

Tutti voi, un grandissimo Grazie Mille!!!

E assim acaba a primeira parte da minha aventura de erasmus…..

Ciao!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Que venham mais 100!

Caros amigos,

Pelas minhas contas, parece que chegamos aos 100 posts durante este ano. Se mantivermos este rítmo, para o ano teremos mais de 200. Estamos de PARABÉNS!!!
Cada um irá estar noutra ponta da Europa ou mesmo do mundo, por isso imagino que as histórias para contar não terminarão tão cedo! Falo por mim, pois no próximo ano segue-se a viagem até Oviedo/Gijón (setembro), seguido da tese de mestrado em Lecce (fevereiro- novamente histórias de Apulia, mas sob a minha prespetiva), onde decerto novos episódios desta escama serão borbolhados para este livro eletrónico.

Caso não tenham reparado, apliquei o novo acordo ortográfico português neste post. Quer estejam de acordo ou não, ele está aí e convém adaptarmo-nos.
Um bem haja e até breve

Ao voltar de férias

Caro leitores, como muitos dizem: “no news, good news”.

É verdade, faz já 2 meses desde que participei activamente por estas bandas! Peço deculpa por isso, no entanto, a ausência teve razão, à qual me irei endereçar em breve.

Sem ter comunicado directamente com alguma das escamas deste blog recentemente, consegui perceber o que se ia passando com cada um deles, vós, sim! Fiquei sabendo que uns estão a chegar, enquanto outros a voltar, mas no fundo o que interessa é que todos conseguimos contar, de formas mais ou menos coerentes, o que andamos a fazer como emigrantes durante os últimos meses. Sim, a ida à Irlanda ter com as escama mais escura decorreu exactamente nos mesmo dias do mega festival académico em Kortowo. Isto deu, naturalmente, aso a conversas no skype entre os distantes grupos. Nestas video conferências fiquei somente a perceber que o lenga tinha deixado o carro ir a baixo, estava frio lá fora e a ressaca inundava os cefalos de cada escama… Pena não estarmos todos no mesmo lugar à mesma hora, mas creio que isso será cada vez mais difícil futuramente, oxalá haja hipótese irrecusáveis de manter contacto e fortalecer as amizades que fizemos na UALG.

Desculpem a sensibilidade, mas as mães têm esse dom quando nos educam.

Agora perguntem: que direito é que este palhaço tem a escrever parvoíces quando já não escreve há mais de 60 dias???

Voltando à razão, então, aqui deixo umas belas imagens da aventura pela tentadora Sicília: Chegada ao porto de Levanzo, ilha em frente a Trapani:

Amanhecer dentro da tenda acampados em Favignana, ilha em frente a Trapani:

Em Junho terminei todos os meus exames com aprovação e ganhando uma boa média para este ano lectivo. Para além de notas, aprendi várias coisas entre elas multi-cultura que vivi com os colegas, os hábitos e feições de diferentes europeus e alguns de fora, para além de ter aprendido a mexer melhor com o site da Ryanair.
No início do mês tive um casamento em Lisboa. A ida relâmpago só deu para estar com a família e por pouco tempo. Já no final do mês consegui alargar os dias que passaria em Portugal. Chegado a Lisboa, programas todos organizados a tempo e horas, só para aumentar o stress acumulado. Jogos de futebol emocionantes com os velhos amigos de Lisboa e a certa altura decidi ir dar um saltinho ao Algarve. Assim foi, na quarta-feira logo pela madrugada apanhei a camioneta pa Faro…nem sabem as saudades que tinha! O toni, amavelmente apanhou-me na Eva, apesar de eu insistir que iria a pé até à praia (devia tar louco). Como por estes lados o peixe é escasso e o hábito dos locais é igalmente reduzido no que toca a preparar refeições do mar, decidimos passar no supermercado pa comprar 3 belos pargos e uns camarões. Ao chegar à minha antiga casa na praia (#40), a nostalgia invadiu-me e os bons tempos foram recordados em menos de 1 segundo. Ainda consegui chamar outro amigo meu (Zé Castel-Branco…não o nilas), o qual esta a trabalhar no aeródromo de Portimão nas mangas publicitárias com avionetas pelas praias. Despois de uns dias em cheio por Faro e sem esquecer a habitual assiduidade no festival MED. Consegui ver muitos dos que ficaram, mas apesar de muitos ainda não terem terminado, vejo neles/as uma maior maturidade quanto aos sonhos da Biologia e talvez um pouco mais de motivação. Férias em Portugal durante 1 semana efectivas, casamento terminado bem e aceitação do Karim para supervisor da minha tese de Mestrado OK, estava na hora de voltar a Gent, arrumar tralha académica e meter os planos em dia…não durou mais de 5 dias até voltar a sair para continuar os planos de Verão. Desta vez rumo à Sicília onde nos juntamos 4 amigos do mestrado com intensão de ir participar na “escola de Verão” em terras Maltesas. Chegada a Valetta por ferry:

A Sicília é linda, pelos menos é semalhante às nossas terras mais a Sul do país, só que embanhada pelo Mar Mediterrâneo. Eis um exemplo:

Isso mesmo, levamos tendas para acampar na praia e mascara de snorkeling, aproveitando as límpidas águas mediterrânicas. O grupo foi muito bem seleccionado e 5 dias chegaram para as amizades se fortalecerem, pois o objectivo era chegar a sul da Sicilia – Pozzallo pa apanhar o ferry. Programas relaxados, briocchi com gelato (mágico pão de leite com gelado lá dentro), vino Italiano com a frase do mês “aqua fa male, vino fa cantare!” e pastas/pizzas po jantar. A turismo cultural foi mais fraca, no entanto ainda vimos umas peças pré-históricas!
Dos mais antigos e bem conservados templos gregos situados em Sellinunte, costa Oeste da Sicília:
Chegados a Malta pelo ferry, deparamo-nos com o ambiente que menos queriamos: pessoas a mais, carros, publicidades por todo o lado com as luzes estontenates a entrarem pela retina a dentro e prédios bem altos na periferia da Ilha. Apesar de tudo, a chegada a Valletta (capital) é fenomenal, pois sente-se a história daquele tão pequeno país que por se localizar numa zona geograficamente estratégica, pertenceu a muitas nações e que se transformou num Algarve a dobrar em época de Verão. Tragédias à parte, o objectivo era completar 6 ETCS, chamados “summerschool”. Este consistia em desnvolver um projecto de investigação à escolha (dentro dos tópicos e meios providos pela Ilha e devida Universidade). Deu algum trabalho a arrancar, mas em 10 dia não se esperava muito. Para os mais curiosos, calhou-me o grupo que iria analizar a variação metabólica através de medição de Oxigénio consumido pelos Blennideos quando espostos a differentes salinidades e temperaturas (habitantes de pequenas poças em intertidais rochosos). Relatório feito e apresentação do projecto efectuado com sucesso, deu-se por terminado o programa académico e estava na hora de voltar à Bélgica. Uns podem pensar que andamos para lá uns quantos estudantes a fazer snorkeling e sim, até andamos, mas como técnica de amostragem (1/4 doprojecto), mas havia horas rigorosas e trabalhos de casa nas horas vagas. No entanto, ainda deu pa conhecer bem a Ilha. Lagoa azul, ilha de Cominos, Malta:Cheguei na passada quinta-feira, dia que ainda decorria o festival de Gent, que consegue juntar em 10 dia 2milhões de pessoas, por causa dos seus 10 palcos de acesso grátis espalhados pela cidade. Terrakota foi um dos concertos que vi, mas realmente esta gente não sabe festejar como deve de ser!No fundo, tive umas férias bem simpáticas e disso não me posso queixar depois de ter sofrido o Inverno rigoroso Belga que dura tempo demais...e ainda presiste!
O que vem:
Uns já sabem, mas iremos ficar em Gent até ao final do mês de Agosto a trabalhar e de seguida partiremos para terras francesas com rumo a Oviedo, Espanha. Entretanto, se alguém estiver pelo caminho ainda nos podiamos encontrar para beber uma garrafa de vinho francês.
Creio ter deixado novidades para mais uns tempos.
Que todos passem um Verão fixe!
Aquele abraço
Sidónio