segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O cheiro a Esteva guiou-nos até Portugal!

Partida do Irish-Pub Celtic Towers em Gent (os amigos ficaram, não couberam no carro):
As últimas novidades tardaram em chegar, mas finalmente ganhei alguma coragem e tempo para explorar uma vez mais o nosso querido blog, que por esquecimento ou mesmo falta de novas histórias para contar tem sofrido a perda de conteúdo actualizado por parte dos seus membros, incluindo eu.
O Verão em Gent foi terrível, em Agosto só chegamos a ver o Sol umas 3 ou 4 vezes, deixando-nos quase à borda do desespero.Ao voltar de Gent, decidimos demorar um pouco mais (11 dias) em vez dos famosos 2 dias que os emigrantes demoram a voltar de carro para o nosso Portugal. Batemos então a costa toda do Norte de França, passando e memorizando paisagens vislumbrantes que jamais estaríamos à espera. Começamos por sair de Gent dia 31 de Agosto para Bruxellas, pois o aluguer da casa já tinha terminado. No dia seguinte saimos de Bruxelas em direcção a Calais, onde fica o túnel do canal da mancha entre França e Inglaterra. Chegados a um cabo notámos de imediato que a meteorologia teria mudado drasticamente desde que saíramos da Béglica. Estava tudo tão claro que até se via no horizonte a a costa rochosa perto de Dover (cidade Britânica onde desembarca o ferry vinda de Calais). Acampámos “wild” numa duna onde viémos a descobrir mais tarde ser uma das praias do desembarque no dia D, pois estava repleto de “bunkers”.

Prefazendo em média uns 300 kms por dia, chegamos a Fécamp, perto de Le Havre, onde dormimos no meio de uma floresta junto ao mar e com a maravilhosa ajuda do camping’ gaz pudemos fazer maravilhosas petiscos.

No dia seguinte, paramos em Honfleur, porto de pesca que tem uns restaurantes maravilhosos com peixe e ostras em todos os menús, e claro fizemos uma “pit-stop” antes da Anna-Maria e Joe (Grega e Alemã radical) se juntarem a nós perto do Mont de Saint-Michel, onde preparamos uma bela refeição com o único bico de gás que havia…mas o truque era beber muito vinho para que o chão ondulante não nos incomodasse enquanto tentavamos adormecer. Partimos para o Mont St. Michel que é brutal e fica no meio de um estuário e atinge uma altitude notável, sendo para nós motivo de desenho artístico. Ao entrarmos na sua fortaleza, outros amigos se juntaram a nós (David e Kristina, Galego e Norueguesa).
Le Mont de Saint-Michel:
Já eramos 6 em 3 carros repletos de malas e tralhas para passar o semestre seguinte noutro local que não a Bélgica ou Alemanha. Como é óbvio, a higiéne quando se faz campismo selvagem, é reduzida, por isso transportavamos connosco aqueles pequenos toalhetes com cheiro a limão e alcóol, contudo houve oportuindade para banhos como deve de ser. A seguir ao Mont de St. Michel, parámos em Cancale para comer umas ostras bem fresquinhas a 50 centímos cada, e para o campismo trouxemos também dois quilos de mexilhão que eram baratos. Disponibilizamos para cada um dos 6, mexilhões à descrição, queijos regionais, pão típico da zona, azeitonas entre outras, e claro, vinho Bordeaux, muito vinho para completar o serão na praia perto de Saint Malo. Houve também condições para tomar um banho à noite, pois a corrente vinda do golfo do México teria-nos aquecido as águas. St. Malo é um porto fenomenal, onde o mar se interlaça com a história da cidade que fica dentro de uma potente fortaleza, mostrando ao turista que a Bretanha tem muita história.

Antes de podermos ir tomar um banho decente em casa do David em Roscoff, paramos ainda em Dinan que é também muito bonita, viva e parecida do a cidade do Luxemburgo. Já em Roscoff, aproveitamos a estadia para respirar o ar marítimo e jantar num restaurante sem fonices, antes de rumar a Sul pela costa Oeste. Nessa noite a Carolina e eu decidimos ir até Lorient que é uma cidade feia e com muitos pedintes, mas conseguimos acampar numa praia com sapos por todo o lado…foi hilariante! No dia seguinte guiamos até Saint Nazaire onde pudémos descançar numas esperguicadeiras de um bar de praia. A Joe e Anna vinham ao nosso encontro, não fosse eu estar fisgado para apanhar umas ondas, rumamos até Les conches, dica que um ex-surfista nos deu.

Como estava a chover, alugamos uma pequena casa de campismo onde pudémos tomar um banho decente e dormir confortavelmente. No dia seguinte bem cedo, fui apanhar umas onda pequenas mas simpáticas, onde a Joe se juntou a mim, mal chegaram. Ao sairmos da água, dirigimo-nos até La Rochelle, cidade muito fixe com um uma grande espírito náutico, almoçando por lá e aproveitando o sol e calor que se fazia sentir para comer um “crêpe avec nutella”. Continuamos a guiar em fila indiana até Blaye, cidade quase fantasma, pois a escuridão da noite não nos permitiu ver onde estavamos a ir, até que um pequeno sinal de campismo apareceu, como se estivesse à nossa espera. Seguimos o sinal e começamos a entrar numa vila dentro duma fortaleza – citadelle do século XV muito interessante, onde conseguimos pernoitar à borla mesmo junto do campismo, percebendo pela manhã que tinhamos encontrado um spot fenomenal mesmo por cima do rio Gironde. Pela manhã apanhamos o ferry até Lamarque. A ideia era ir até à costa, Lacanau para ver como estava o surf, mas demasiado vento “onshore” se fazia sentir para que as ondas pudessem estar ordenadas. Acabamos simplemente por almoçar por lá, com a ajuda do camping’ gaz e decidimos seguir até Hossegor – Capbreton pela autoestrada. Como chegamos muito tarde e era uma zona muito habitada por surfistas, decidimos procurar um campismo onde pudessemos repousar e jantar mais uma vez à moda do desenrrasca. De manhã fui alertado pelo som de um animal a farejar os nossos pertences e deparei-me com um labrador da casa que estava a abrir o saco do chouriço que o André amavelmente tinha trazido de Portugal para Gent. O cão, como não conseguia rasgar o plástico, começou a comê-lo, obrigando-me a sair da tenda de boxers e um casaco para ver se o ele não engolia aquilo tudo, não fosse ele dar o “treco”. Sem eficácia, não consegui evitar que ele engolisse aquilo tudo de seguida, incluindo saco, chouriço + corda + ferrinho que unem as duas pontas do mesmo…espero que o cão não tenha tido problemas gastrointestinais. Depois deste episódio animal, rumamos a San Sebastian, já em Espanha, mas nós dois seguimos até Bilbao passando pela costa brutal, enquanto que elas ficaram em Biarritz. Ao chegar a Bilbao, deparamo-nos com o trânsito e talvez devido à nossa fadiga e esperança de chegar a Gijón, deixamos a visita desta cidade para um dia mais tarde, pois queriamos ver se encontravamos casa para o semestre seguinte. Dormimos nessa noite no campismo da cidade e acordamos a ver a baía junto ao mar que é brutal e onde agora vivemos! Fizemos uns telefonemas a fim de procurar casa, mas chegamos à conclusão que maior parte delas são casas de praia onde os senhorios alugam durante o Inverno a quem estiver interessado. Ainda demos um salto a Oviedo, onde fica a minha Universidade, mas queriamos chegar ao Porto a casa do Toni nessa noite.


Parque de campismo em Gijón mesmo junto ao mar...a nossa casa é num desses prédios:

A Carolina fazia anos nesse dia, por isso, apesar de passar maior parte do dia no carro, conseguimos chegar à Granja para comer uma francesinha e uns finos acompanhados pelo hospitalidade do António. Ainda fomos às “Galdérias” ou galerias no Porto para conhecermos o “bairro alto” de lá finalizando a noite de uma forma bastante suave, pois o cansaço enfraquecia-nos. O Açor tinha muitas saudades minhas e eu dele, por isso ainda lhe dei alguns carinhos…o feroz, mas amável canino queria inclusivamente vir connosco no carro. Pela tarde chegamos finalmente a Lisboa, onde estivemos com família, amigos e tal, fazendo no total desde Gent, 3.600 kms e gastando 4 depósitos de gasóleo! Agradeço a fiabilidade que o Opel Corsa D sempre me deu!

Com isto me despeço e de seguida seguem as notícias de Gijón…

Beijinhos e abraços

Si e Carol

2 comentários:

  1. Grande post e grande aventura sid!! cuidado só com os acordos ortográficos... :P
    abraço

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  2. De facto uma excelente aventura!!! Da Bélgica a Portugal, o Norte para ti está visto.... lol Agora quando vieres para Lecce, ficas a conhecer o Sul!
    Brutal!
    Abraço!!!

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