sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ausências...

Os nossos mais assíduos leitores já deverão ter reparado que novidades não abundam neste espaço cibernético. E, de certeza, que já se deverão ter questionado sobre o motivo que levou a que este blog, ultimamente, seja mais um local onde se acumula pó, do que um ponto de celebração das experiências além-fronteiras.
Falando com um reduzido conhecimento de causa e recorrendo à intuição pura e dura, suponho que as outras escamas estejam neste momento a lidar com peixes de maior porte! Exames, trabalhos, seminários, orientadores exigentes... enfim, são as muitas solicitações de um estudante de mestrado. Sem falar nas habituais sessões de exercício, levantamento de copos e afins... Se bem que, parece-me, até essas não tenham sido uma habitual presença na vida dos vossos caros carapaus. Bom, nunca ninguém disse que ser um mestre-carapau era vida fácil!
Posto isto, peço-vos, caros leitores que não deixem de consultar esta revista de maior interesse cultural, porque os nossos dedos ainda não estão gastos, nem o poço de experiências, de onde tão avidamente bebem, se esgotou. O futuro trará mais novidades.

See you

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

situación actual

E após uma longa ausência deste espaço, por razões ainda por atribuir, eis que regresso ao universo dos posts.
Antes de ter ido de férias de Morro Jable para me juntar à cimeira de BMP por terras polacas, para além da rotina e de meia dúzia de peripécias, vou tentar fazer uma espécie de “melhores momentos” destes primeiros meses em terras Majoreras para os interessados. Ao fim ao cabo é esse o propósito deste blog, fazer uma espécie de diário para tentar evitar essa pergunta tão ambígua, com a qual de certeza que vamos ser confrontados, que consiste em quando estamos com uma pessoa que já não vemos à um tempo considerável, se lembra de nos perguntar “e então que tens feito? Que tal essa estadia no estrangeiro?”. E das duas uma ou respondemos da maneira mais superficial e flutuante possível, como por exemplo com um “está tudo bem muito sol e praia e calor” ou então tentamos fazer um resumo exaustivo no qual nos acabamos irremediavelmente por perder. Assim, embora nem todas as escamas partilhem as suas epopeias aqui vos vou relatando um pouco desta minha experiencia.
Para começar tenho de falar da vida nocturna, sim porque descobri que a noite de Morro Jable não se resume só ao bar Tortuga em que a banda residente só por ser do Pais do leite-creme e da mão de Deus se acha no direito de traduzir clássicos da música mundial (da ultima vez que estive lá fui presenteado com a musica three litlle birds do Bod Marley versão espanhola “esta es una mensaje para tiiIIIiiIIIiiII”).
Mas como estava a contar, foi através da comunidade cabo verdeana da minha residência que conheci a vida nocturna de Morro Jable. Dirigimo-nos para o “Shopping”, que consiste numa zona onde se encontram 3 ou 4 bares e em que a música por vezes me trás à memoria os carrinhos de choque da feira de S. João. A primeira raridade com que reparei, foi que a maioria dos cabo verdeanos não bebem e só saem para dançar (que conceito mais estranho de sair à noite). Desta forma dei por mim ainda a fazer aquele compasso de espera que vai desde o momento que chegamos a um sítio e vamos pedir uma cerveja para nos ambientarmos, e já todo a gente estava a dançar. Ainda fui dar o meu pezinho de dança mas sempre que uma das cabo verdeanas me puxava para dançar ficava sem saber o que fazer. Se bem que de vista já as conhecia a todas do refeitório e as mini saias e calções curtos também não foram novidade pois todas elas se passeiam pela residência assim, o que realmente me chamou a atenção foi a maneira de dançarem e toda a aura de sensualidade que as rodeia. As suas danças transpiram sexo, e isto aliado ás suas tonalidades achocolatadas, silhuetas esculturais e curvas avultadas, foi mais que suficiente para com o decorrer da noite dar por mim hipnotizado por esta magia negra. Como estava a relatar, ainda ouve algumas tentativas de dança, mas após ter sido alvo de uns quantos movimentos pélvicos mais arrojados e dar por mim em movimentos que mais pareciam saídos do Kamasutra lá tive de sair dali como a desculpa que ia buscar uma cerveja e prometendo a mim mesmo que para a próxima faria melhor figura. Dada esta incompatibilidade rítmica, passei o resto da noite a falar com duas cabo verdeanas que ao estarem sentadas, consegui estar a falar com elas sem ter de recorrer a movimentos pélvicos ou meu escasso ritmo. Dai em diante já tenho regressado a este espaço mas acaba normalmente comigo bem regado alcoolicamente a tentar entrar no ritmo ou vidrado em um sucessão de posturas mais arrojadas.
Outro episódio incontornável desta minha estadia, foi o facto de ter sido entrevistado pelo conceituado Daily Telegaph para um documentário que estavam a fazer sobre as ilhas Canárias. Desenganem-se se pensam que me entrevistaram a mim como podiam ter entrevistado outro qualquer desconhecido que estivesse a passar por essas bandas, o que eles realmente procuravam eram os meus conhecimentos de biólogos. Visto que a Lucía estava a fazer observações e que as outras funcionarias não têm vocabulário suficiente para ter uma conversa sem que ao fim da quarta palavra tenha de gesticular e recorrer a onomatopeias para se fazerem entender, calhou me a mim dar a cara e o meu saber pelo projecto. Pelo sim pelo não antes da entrevista fui ler os folhetos do projecto não me fossem perguntar alguma coisa que desconhece-se. E assim foi, com uma barba de um par de semanas e com uma expressão desgastada por uma manha de árduo trabalho, lá decorreu a entrevista de um sem número de planos quer de perfil, de longe, de perto, de trás lá e lá fui falando, fazendo entender no meu inglês ferrugento. Sinceramente depois de ter ido a polónia e de não me ter conseguido fazer entender em inúmeras situações, começa-me a vir à ideia a possibilidade de eles fazerem a gracinha ou de porem legendas ou de falarem por cima de mim para que o meu saber se faça entender em terras britânicas. Pelo que me disseram a peça estará pronta por volta de finais de Janeiro, e por essa altura lá irei colocar um link aqui no blog, dos meus cinco minutos de fama registando o dia em que um Eborense sai do anonimato e apareceu num documentário em terras de sua majestade, a falar sobre tartarugas em solo Canário.
Para terminar este regresso ao passado, gostaria ainda um relatar. À uns tempos, eu e a Lucía fomos ao nosso então responsável pelo departamento das substâncias psicotrópicas.
Tratava-se de um T0 em que dono, um tal de Jorge de trinta e poucos anos, nos recebeu em sua casa. Desde logo me deu o seu estojo e me disse para fazer um desses cigarros que tão populares se tornaram entre os estudantes. Eu, meio levado pelo optimismo do álcool que já se sentia notar após uma anterior passagem por um bar ai perto, aceitei o desafio. Quando chegou a complicada parte de enrolar, ocorreu-me que não o iria conseguir fazer. Meio atrapalhado lá tive de deixar cair a minha mascara de pessoa desenrascada nestas andanças e tive de pedir que me termina-se a o serviço, por assim.
Depois deste episódio, aos poucos o ambiente voltou ao sítio e após alguns momentos, inspirado pelo ambiente, Jorge contou-nos que tinha uma criação de três tarântulas ai no quarto. Intrigado pelo relato, lá o bombardeamos com perguntas, entre as quais, de que se alimentavam. Como em tantas outras respostas, contestou com a maior das naturalidades que eram alimentadas por osgas e que as mantinha à solta no quarto. Desta forma sempre que tinha de alimentar as tarântulas partia numa epopeia para caçar, no verdadeiro sentido da palavra, as osgas, por detrás dos armários, das mesas, da roupa espalhada no chão e afins. Para todas as pessoas, que por vezes insistiam em rotular o meu antigo retiro, um tal de segundo B, como desorganizado e desarrumado, acho que este incidente vem alterar um pouco esse conceito.
E com esta ultima historia termino o ponto de situação em parte também para não secar em demasia futuras conversas sobre as Canárias e poder agora centrar me um pouco mais nessa ate agora pouco divulgada operação polónia. Imagino que à minha semelhança, já devem de haver ai umas quantas cabeças a fervilhar, com vista a futuros post a publicar, como flatulências mal controladas e competições internacionais!

Ah Ah afinal também escrevo!

Caros leitores e queridos amigos: mais uma vez peço que me desculpem por não ser uma 'bloguista' assídua neste blog, o único a que assumi um compromisso! =) A ti pipi, será dedicado este post como prova de que cumpri e minha promessa de ontem a noite: escrever, finalmente, no blog.

Passadas as 'saudadosas' férias no nosso eterno e querido país, Portugal, aqui estou eu de volta a esta pequena e pacata cidade (se é que se pode designar de cidade) onde nada de novo e excitante acontece. Apesar de tudo, posso admitir que é uma cidade bonita e com muito por descobrir por entre estes prados verdejantes! Não, não existem só pastos e vaquinhas como se diz por Portugal...
Para realmente se aperceberem como esta cidade é pequena vou fazer aqui uma pequena comparação, com o auxílio desta fotografia.

E agora sim posso dizer: a Torre Eiffel está para Paris, bem como, este relógio está para Bangor! =D Pois bem, este relógio, que se localiza na High Street, a rua pedonal principal de Bangor, é o pequeno ponto de referência da cidade.

Aqui podemos ver o Pier, o local mais visitado de Bangor. É um pequeno cais pedonal, em que cada uma daquelas casinhas 'tem uma função': cafetaria, sala de chã, gelataria, loja de 'souvenir', pequeno laboratório para observar fauna e flora, etc. É importante dizer, que tudo isto abre apenas quando o tempo está mais ameno e o sol se faz sentir, ou seja, lá para Abril ou Maio...

E assim concluo este pequena visita guiada virtual pela cidade que agora me pertence, mas por um curto tempo indefinido, porque o nosso pequeno grande Portugal estará sempre no coração desta pequena escama!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Noite de Natal

Caros leitores.....creio que há muita gente ansiosa.....com o que se passou na operação Polónia.....mas antes de abrir um pouco esse livro......irei (a pedido de algumas leitoras deste blog) explicar a minha noite de Natal em terras polacas.....
Como algumas pessoas souberam, eu fiquei em Olsztyn nas férias do Natal, devido a 3 razões, primeira: tinha recebido à pouco mais de uma mês a visita da minha mãe e irmão; segundo: por uma questão de preferência, irei a Portugal em Fevereiro, ficando por terras lusitanas 19 dias, podendo assim, visitar, quer família, quer amigos de Vendas Novas, quer amigos de Universidade; terceira: se fosse a Portugal no Natal, ficaria só 6 dias, pois dia 28 de Dezembro iria receber a visita de 5 amigos Universitários..... assim sendo não fiquei cá como algumas pessoas disseram ou pensaram por causa das polacas..... bem mas adiante....
A zona onde vivo (Kortowo) estava completamente vazia, na minha residência só estava eu e outra rapariga (para quem conhece, a pink girl)....e temperaturas muito baixas.....média de 10 graus negativos....portanto como podem imaginar, saí uma vez de casa em 5 dias, para ir ao Liddle, e encher o frigorifico e armário....acho que nesses 5 dias antes do Natal, nunca tinha visto tanto filme na minha vida......mas foi bom estar sozinho uns dias.....faz bem para reflectir os tempos vindouros e os que já foram também....
Relativamente à consoada, fui convidado pelo meu colega de laboratório, Konrad, para jantar e ficar lá o dia 25. Gesto muito simpático.....e assim foi, comprei uma garrafa de vinha australiano, era a que tinha o rótulo mais bonito e lá fui eu....
Na consoada era eu, o Konrad, a mãe, o pai e a Ianmsha (cadela muito fixe)...pessoas muito simpáticas e humildes.....o pai perguntou-me se falava polaco, obviamente disse que não, e então perguntou-me "falas russo?" e eu obviamente disse que não, ele ficou muito admirado, pois o pai do Konrad é um senhor de idade....e ainda é do tempo da guerra Mundial, então na época toda a gente falava russo....
Relativamente à comida e tradições....na consoada não se come carne....então comi carpa e creio que era arenque (mas sem certeza), com uns vegetais que não sei dizer o que era...e a acompanhar, uma bebida quente, não alcólica á base de cogumelos e beterraba, estranho sim senhora, quanto mais bebia mais sede tinha, mas envergonhado como estava, nem pedi água nem nada....só me apetecia aquele copinho de vinho...mas achei melhor não, podiam ficar ofendidos....veio a sobremesa, que era esparguete doce com mais qualquer coisa...mas era bom (diga-se de passagem que repeti) e eu que nem costumo gostar muito de doces :-) de seguida procedeu-se à troca de prendas....eu não comprei nada a ninguem, nem tava à espera de nada....mas deram-me uma caixa de chocolates e uma caneca.....depois veio os aperitivos, e simpáticos como foram fizeram questão de comprar uma garrafa de vinho do Porto, fica o gesto, pois fizeram-no para eu me sentir em casa, mas o problema é que era Porto Pingo Doce, ou seja, não valia nada....mas bebe-mo-la toda na mesma, e ficou obviamente o gesto simpático......de seguida fomos dar uma passeio a pé pela zona....e de seguida fomos deitar.....isto eram aproximadamente 23h....cedo sim.....
o dia seguinte até foi mais interessante, acordámos....às 11 da manhã, comer o pequeno almoço, que era o resto do jantar da véspera (algo pesado pela manha), mas não me fiz rogado....depois fomos dar um passeio pelo mato....muito fixe....muita neve, vi esquilos, um lago congelado que nunca tinha visto, e regressámos 2horas depois.....ficámos a ver um filme (a ponte sobre o rio Kwain) em polaco...portanto pode imaginar o que eu percebi do filme.....mas a parte que mais me espantou foi depois, o jantar, ás 6h.....puré de batata com carne e uma salada estranha mas boa.....até aqui tudo normal.....mas a acompanhar shot´s de vodka e mais nada.....portanto se tivesse sede, só bebia aquilo....e assim foi.....5 shot´s...sempre a fazer cara feia......ja tava com os calores. mas estranho foi o pai do Konrad...despachou uns 7 ou 8 mas na boa, sem fazer cara feia...tranquilo e sempre a querer encher o meu.....
E assim foi a minha consoada e dia de Natal, diferente mas muito engraçada.....

Do Widzénia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo!

Pedimos desculpa por este não ter sido o nosso primeiro post de 2010, mas...

Aos nossos devotos, regulares, assim-assim, esporádicos e não leitores desejamos um ano novo cheio de alegria, peixe, encontros, marisco, experiências e banhos no mar!

Votos de felicidades dos Carapaus (todos, creio eu...)



(Peço desculpa pela desatenção e indelicadeza da nossa parte para com os nossos leitores, onde nós próprios carapaus nos inserimos.)

Carapaus na Polónia!

Com a ajuda do grande mister Kopernik (Copérnico), a equipa dos carapaus que se deslocou ao estrangeiro levou a bom termo a Operação Polónia 2009/2010!

Ca-ra-paus, ca-ra-paus!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Nós Por Cá!

Fora dos aposentos, rumo ao país natal e ao seio familiar, estivemos em Portugal. Apesar da confusão que foi a estadia em Lisboa com os famosos jantares, almoços, ceias e programas com amigos, sentimos um ardente calor e curiosidade de todos os que nos rodearam. Claramente, o emigra tem sempre algo novo para contar.
Mesmo depois de ter repetido algumas frases sem conta, a cassete era quase sempre a mesma, mas sempre com um desfecho memorável para que outros percebecem a mensagem: "É muito bom viver lá fora, abre-nos mais a mente!" E digo viver, porque ir a ou estar em são duas distinções que jamais se asemelham.

O frio belga mandou-nos a Portugal restabelecer energias e participar na azafama da quadra natalícia com chuva de cristais de gelo (Neve), como podem confirmar. Ao chegarmo a Portugal, deparamo-nos claramente com a alteração brusca de TºC a que estavamos habituados...o que foi óptimo.

Com todas as peripécias e alegrias de uma estadia bem agradável, voltamos recuperados da presença de SOL e céu azul (o que é mentira porque em Pt também esteve sempre a chover!)...mas adiante. O frio voltou a instalar-se na nossa corrente sanguínea da ponta dos dedos dos pés até à ponta do nariz, mas percebemos uma coisa: Quanto mais nos tapamos do frio, mais frio temos...já alguém dizia que o frio é psicológico...talvez!

Glühwein - Vinho quente não estava nos meus planos, mas a verdade é que os há por todo o lado durante o Inverno e foi numa bela tarde que experimentei e sem dúvida aquece, logo gostei! Este é especialmente encontrado nos famosos mercados de Natal (Christmas markt ou marché de Nöel), onde paira o espírito da época, com pequenas tendas de mercado local, palcos para os artistas que aquecem todas as noites as praças centrais das cidades e claro patinagem no gelo!
Anna-Maria (Grega) e Carolina a beber Glühwein quente numa noite bem gelada.

Por falar em gelo...Já alguém experimentou andar de bike na neve/gelo? Parece que não é muito aconselhavel porque nós já somos peritos em quedas no gelo aqui por Gent.


Alguém me informa como correu a operação polónia? Eu não estive lá, mas acredito que tenha sido uma óptima missão de reconhecimento. Chew, já foste a Hel? Deve ser brutal! Eramos para passar uns dias do próximo Verão lá, mas parece que a escola de verão deste mestrado decidiu ir antes para Malta (que me soa mais a Verão)!
Janeiro é mês de exames e por isso serão muitos os dias passados no quentinho da casa, por isso não esperem muito de mim.
O novo casaco comigo lá dentro, juntos à espera do tram a caminho da estação de comboio rumo a Portugal.
Mesmo com neve o país não pára, escusado será dizer que quando neva em Trás-os-montes, todas as escolas fecham e é considerado mais um dia de folga...
"Ólha neve! hoje não dá para ir até à escola ou ao trabalho...que chatice, logo hoje que me apetecia tanto trablhar, vou fazer um boneco de neve!" (desvaneios, não liguem!)