terça-feira, 27 de julho de 2010

Que venham mais 100!

Caros amigos,

Pelas minhas contas, parece que chegamos aos 100 posts durante este ano. Se mantivermos este rítmo, para o ano teremos mais de 200. Estamos de PARABÉNS!!!
Cada um irá estar noutra ponta da Europa ou mesmo do mundo, por isso imagino que as histórias para contar não terminarão tão cedo! Falo por mim, pois no próximo ano segue-se a viagem até Oviedo/Gijón (setembro), seguido da tese de mestrado em Lecce (fevereiro- novamente histórias de Apulia, mas sob a minha prespetiva), onde decerto novos episódios desta escama serão borbolhados para este livro eletrónico.

Caso não tenham reparado, apliquei o novo acordo ortográfico português neste post. Quer estejam de acordo ou não, ele está aí e convém adaptarmo-nos.
Um bem haja e até breve

Ao voltar de férias

Caro leitores, como muitos dizem: “no news, good news”.

É verdade, faz já 2 meses desde que participei activamente por estas bandas! Peço deculpa por isso, no entanto, a ausência teve razão, à qual me irei endereçar em breve.

Sem ter comunicado directamente com alguma das escamas deste blog recentemente, consegui perceber o que se ia passando com cada um deles, vós, sim! Fiquei sabendo que uns estão a chegar, enquanto outros a voltar, mas no fundo o que interessa é que todos conseguimos contar, de formas mais ou menos coerentes, o que andamos a fazer como emigrantes durante os últimos meses. Sim, a ida à Irlanda ter com as escama mais escura decorreu exactamente nos mesmo dias do mega festival académico em Kortowo. Isto deu, naturalmente, aso a conversas no skype entre os distantes grupos. Nestas video conferências fiquei somente a perceber que o lenga tinha deixado o carro ir a baixo, estava frio lá fora e a ressaca inundava os cefalos de cada escama… Pena não estarmos todos no mesmo lugar à mesma hora, mas creio que isso será cada vez mais difícil futuramente, oxalá haja hipótese irrecusáveis de manter contacto e fortalecer as amizades que fizemos na UALG.

Desculpem a sensibilidade, mas as mães têm esse dom quando nos educam.

Agora perguntem: que direito é que este palhaço tem a escrever parvoíces quando já não escreve há mais de 60 dias???

Voltando à razão, então, aqui deixo umas belas imagens da aventura pela tentadora Sicília: Chegada ao porto de Levanzo, ilha em frente a Trapani:

Amanhecer dentro da tenda acampados em Favignana, ilha em frente a Trapani:

Em Junho terminei todos os meus exames com aprovação e ganhando uma boa média para este ano lectivo. Para além de notas, aprendi várias coisas entre elas multi-cultura que vivi com os colegas, os hábitos e feições de diferentes europeus e alguns de fora, para além de ter aprendido a mexer melhor com o site da Ryanair.
No início do mês tive um casamento em Lisboa. A ida relâmpago só deu para estar com a família e por pouco tempo. Já no final do mês consegui alargar os dias que passaria em Portugal. Chegado a Lisboa, programas todos organizados a tempo e horas, só para aumentar o stress acumulado. Jogos de futebol emocionantes com os velhos amigos de Lisboa e a certa altura decidi ir dar um saltinho ao Algarve. Assim foi, na quarta-feira logo pela madrugada apanhei a camioneta pa Faro…nem sabem as saudades que tinha! O toni, amavelmente apanhou-me na Eva, apesar de eu insistir que iria a pé até à praia (devia tar louco). Como por estes lados o peixe é escasso e o hábito dos locais é igalmente reduzido no que toca a preparar refeições do mar, decidimos passar no supermercado pa comprar 3 belos pargos e uns camarões. Ao chegar à minha antiga casa na praia (#40), a nostalgia invadiu-me e os bons tempos foram recordados em menos de 1 segundo. Ainda consegui chamar outro amigo meu (Zé Castel-Branco…não o nilas), o qual esta a trabalhar no aeródromo de Portimão nas mangas publicitárias com avionetas pelas praias. Despois de uns dias em cheio por Faro e sem esquecer a habitual assiduidade no festival MED. Consegui ver muitos dos que ficaram, mas apesar de muitos ainda não terem terminado, vejo neles/as uma maior maturidade quanto aos sonhos da Biologia e talvez um pouco mais de motivação. Férias em Portugal durante 1 semana efectivas, casamento terminado bem e aceitação do Karim para supervisor da minha tese de Mestrado OK, estava na hora de voltar a Gent, arrumar tralha académica e meter os planos em dia…não durou mais de 5 dias até voltar a sair para continuar os planos de Verão. Desta vez rumo à Sicília onde nos juntamos 4 amigos do mestrado com intensão de ir participar na “escola de Verão” em terras Maltesas. Chegada a Valetta por ferry:

A Sicília é linda, pelos menos é semalhante às nossas terras mais a Sul do país, só que embanhada pelo Mar Mediterrâneo. Eis um exemplo:

Isso mesmo, levamos tendas para acampar na praia e mascara de snorkeling, aproveitando as límpidas águas mediterrânicas. O grupo foi muito bem seleccionado e 5 dias chegaram para as amizades se fortalecerem, pois o objectivo era chegar a sul da Sicilia – Pozzallo pa apanhar o ferry. Programas relaxados, briocchi com gelato (mágico pão de leite com gelado lá dentro), vino Italiano com a frase do mês “aqua fa male, vino fa cantare!” e pastas/pizzas po jantar. A turismo cultural foi mais fraca, no entanto ainda vimos umas peças pré-históricas!
Dos mais antigos e bem conservados templos gregos situados em Sellinunte, costa Oeste da Sicília:
Chegados a Malta pelo ferry, deparamo-nos com o ambiente que menos queriamos: pessoas a mais, carros, publicidades por todo o lado com as luzes estontenates a entrarem pela retina a dentro e prédios bem altos na periferia da Ilha. Apesar de tudo, a chegada a Valletta (capital) é fenomenal, pois sente-se a história daquele tão pequeno país que por se localizar numa zona geograficamente estratégica, pertenceu a muitas nações e que se transformou num Algarve a dobrar em época de Verão. Tragédias à parte, o objectivo era completar 6 ETCS, chamados “summerschool”. Este consistia em desnvolver um projecto de investigação à escolha (dentro dos tópicos e meios providos pela Ilha e devida Universidade). Deu algum trabalho a arrancar, mas em 10 dia não se esperava muito. Para os mais curiosos, calhou-me o grupo que iria analizar a variação metabólica através de medição de Oxigénio consumido pelos Blennideos quando espostos a differentes salinidades e temperaturas (habitantes de pequenas poças em intertidais rochosos). Relatório feito e apresentação do projecto efectuado com sucesso, deu-se por terminado o programa académico e estava na hora de voltar à Bélgica. Uns podem pensar que andamos para lá uns quantos estudantes a fazer snorkeling e sim, até andamos, mas como técnica de amostragem (1/4 doprojecto), mas havia horas rigorosas e trabalhos de casa nas horas vagas. No entanto, ainda deu pa conhecer bem a Ilha. Lagoa azul, ilha de Cominos, Malta:Cheguei na passada quinta-feira, dia que ainda decorria o festival de Gent, que consegue juntar em 10 dia 2milhões de pessoas, por causa dos seus 10 palcos de acesso grátis espalhados pela cidade. Terrakota foi um dos concertos que vi, mas realmente esta gente não sabe festejar como deve de ser!No fundo, tive umas férias bem simpáticas e disso não me posso queixar depois de ter sofrido o Inverno rigoroso Belga que dura tempo demais...e ainda presiste!
O que vem:
Uns já sabem, mas iremos ficar em Gent até ao final do mês de Agosto a trabalhar e de seguida partiremos para terras francesas com rumo a Oviedo, Espanha. Entretanto, se alguém estiver pelo caminho ainda nos podiamos encontrar para beber uma garrafa de vinho francês.
Creio ter deixado novidades para mais uns tempos.
Que todos passem um Verão fixe!
Aquele abraço
Sidónio

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Operação Kortowiada

Em meados do mês de Maio, Olsztyn foi contemplada com a presença de três ilustres portugueses, eu, a escama luso-galesa, o Márcio e o Lenga, numa missão de visita ao nosso Lizbona! Esta não foi uma visita qualquer, mas sim, para além de estarmos com o nosso ChuChu, termos a oportunidade de poder participar num evento académico anual, semelhantes às tão conhecidas queima das fitas, enterros da gata e semanas académicas, de Portugal, que data também o mês de Maio, a tão famosa por terra polacas: Kortowiada! Esta decorre em Kortowo, campus universitário que actualmente é a residência temporária da nossa escama polaca. Pois bem, uma visita bem planeada de uns simples 4 dias, que se tornou numa autentica aventura, desde a chegada até à partida, com um bónus de mais 1 dia dado pela tão conhecida dos pobres, Ryanair, mas em troca de uns significativos euros, zlotis e até mesmo libras.

Comecemos pelo princípio… O encontro com os rapazes aqui em terras da Sua Majestade, para voarmos até à Polónia. Correrias, pressas e medos de perder o avião, foram logo sentimentos evidentes mal começou esta viagem, mas depois de nos encontrarmos na tão conhecida cidade dos Beatles e rumar até ao aeroporto e após passar a zona de controlo dos passageiros, suspiramos de alivio por constatar que estávamos dentro das horas planeadas. Relaxamos um pouco e matamos a larica que já nos acompanhava à umas horas. Embarcamos nos tão confortáveis aviões da Ryanair para 2h30m de viagem até Bydgoszcz, uma cidade no norte da Polónia, a cerca de 290 km de Olsztyn. Durante a viagem discutimos qual seria a melhor forma de chegarmos à acolhedora cidade da nossa escama, visto que o último comboio a chegar a horas decentes, no próprio dia, partia do centro de Bydgoszcs cerca de 40 minutos após a nossa chegada. Seria uma difícil concretização visto que teríamos de chegar até à estação, a qual desconhecíamos totalmente a sua localização, e ainda, pior que tudo isso, fazermo-nos entender perante uma bilheteira, que certamente, não falaria inglês, e não iria perceber o que três maluquinhos como nós, queriam! =) Então, perante todas estas objecções, optamos por ir até um rent-a-car, ver quais eram as possibilidades de alugar um carro, que nos pudesse levar até Olsztyn no mesmo dia, para ainda aproveitar-mos a noite da chegada. Pois bem, concretizamos então a hipótese de alugar um carrito, um twingo qualquer a gasolina, que o Lenga deixou ir abaixo uma quantidade de vezes considerável. Após conversa e mais conversa com o senhor da Hertz, pagamento, assinaturas e 300 mil coisas necessárias para alugar o carro, lá nos aventuramos nas mal assinaladas estradas polacas, até Olsztyn. Ah!! Mas calma… Isto parece que foi fácil, mas muitos outros obstáculos nos confrontaram! Desde ausência de GPS, a uma Polónia sem auto-estradas, limite de velocidade máximo de 70 Km/h, luzes acesas 24h por dia, noite, frio, entre muitas outras tantas coisas. Confesso que a nossa sorte foi o excelente co-piloto Márcio Coelho, que apesar da rápida e distraída condução do Lenga, lá se conseguiu orientar nas estranhas e desconhecidas estradas polacas. A meio desta longa viagem, já os três completamente esfomeados e a desejar que um tasco qualquer se cruzasse no nosso caminho, avistamos um gigante e eterno M do Mc Donalds, numa cidade a meio caminho, e claro fizemos uma paragem para reabastecer. Após o delicioso jantar continuamos viagem até ao destino final, viagem essa que demorou, mais coisa menos coisa, umas três horitas. Por incrível que pareça, e sem sabermos 100% como, fomos dar directamente a Kortowo, mas claro, que o nosso co-piloto não se recordaria da ultima vez que lá esteve e não conseguimos encontrar a casa do chuchu… Mas uma simples chamada fez com que ele viesse ao nosso encontro, dando assim por terminada a nossa longe e aventureira viagem!

Chegados ao destino e a 'casa', lá nos instalamos cada um no seu cantinho, a fazer os habituais preparativos para uma soneca. Mas, muita calma nessa hora, porque uma festa nos esperava. Após aquecer em casa com umas cervejinhas e com um pouco de conversa, lá ganhamos coragem para enfrentar a noite fria que tanto nos ansiava. Fizemos uma visitinha rápida ao 'recinto' da kortowiada e de seguida fomos até à tenda ouvir um som e dar dois passos de dança, acompanhados pelos tão acolhedores espanhóis e italianos. Passaram-se umas horas e a noite chegou ao fim, levando-nos até casa para o merecido descanso. Escusado será dizer que os meninos, Márcio e Lenga, mal chegaram ao quarto deitaram-se nas respectivas camas e não voltaram a levantar o rabiosque até a manhã seguinte, enquanto que os resistentes, eu e o chuchu, ficamos na treta, acompanhados de mais umas cervejinhas, até ver o céu a começar a clarear (não pensem que era muito tarde, eram simplesmente quatro e picos da manhã).

O dia seguinte impôs-nos uma responsabilidade acrescida, a entrega do carro. Mas antes disto fomos ao famoso Rast gastar uns quantos zlotis para reabastecer o frigorifico e a despensa. Não é de estranhar que todos os dias foi necessário voltar ao Rast visto que o alarveirão do Márcio não parava de comer. Um passeio pelo lago e pelos parques que o rodeavam foi o que se sucedeu, levando-nos até ao centro da cidade. Almoçamos, a tarde e a más horas, num óptimo restaurante, em que pudemos apreciar um tradicional prato polaco. Depois desta tão saborosa refeição fomos dar um beijinho ao Senhor Copérnico, e seguimos para ver lojas e afins, porque a menina (já passo a explicar) Márcio queria comprar uns ténis. Eis que paramos numa sapataria e o Márcio estava todo contente a experimentar um par, mas dizendo que estavam um pouco apertados, ao que eu sugeri que ele perguntasse à menina da loja se não teria um numero maior. Mas um par maior não havia, havendo apenas uma grandiosa reposta dela: 'ah desculpa, mas esses ténis são de rapariga!'. Como podem imaginar desatamos todos a rir no meio da loja. Mas com sinceridade, os ténis podiam ser perfeitamente calçados por ambos os sexos, pois não tinha qualquer sinal de feminismo. After that, seguimos rumo até casa para descansar um pouco e preparar a próxima noite… Noite essa que não teve um sabor muito bom, visto que fomos parar a um gigante lamaçal, em que, literalmente, ficamos com lama até aos tornozelos. A nossa queria amiga Agata Sofia e a sua companheira Magda estavam já um pouco alegres e conseguiram-nos levar até ao magnifico concerto que estava a decorrer no tão acolhedor recinto bastante enlameado. É importante referir que não conseguíamos andar, mas sim patinar, até que, alguns de nós não conseguindo manter o equilíbrio caíram, e aí sim, ficaram com lama até às orelhas, não foi chuchu?! Claro que as meninas polacas estavam em pior estado e como tal acharam que nós teríamos que ficar como elas decidindo abraçar toda a gente. Imaginam o resultado de tal acto, não imaginam?! Depois de já não aguentar com o frio, a chuva e principalmente a sensação desconfortável de pés enlameados tomamos a decente decisão de ir para casa e tentar não sujar o que nos rodeava. Uma 'chuveirada', no wc, sob as calças e os ténis para tentar remediar esta estupenda ideia, sendo que alguém (não querendo referir nomes =p) estava de tal maneira suja, que entupiu a zona dos banhos e tudo à volta se tornou numa magnifica pintura rupestre! Estava na hora da caminha que um novo dia estava à nossa espera…

Dia 3! Um acordar retardado de todos nós, excepto o do Lenga, que decidiu madrugar e acordar apenas as 16h30… Chegou a hora da escravatura, em que fui obrigada a ir para a cozinha fazer o almoço, e como não tinha alternativa, lá fui eu, muito bem educadinha, fazer de mamã destes três meninos, porque senão eles não almoçavam. Mas o almoço tornou-se bastante mais agradável, com a presença da nossa Magda. =) Depois de tudo arrumado, da loiça lavada, das compras feitas e da sessão de secagem do calçado ter chegado ao fim, fomos até ao 'pontão' do lago, ter com os restantes erasmus amigos do chuchu! Um momento muito bem passado, mas com algum desconforto devido ao frio. Andamos por Kortowo, sempre acompanhados de umas cervejinhas, que fomos bebendo aqui e ali, parando num jardim ou num banco de rua, fazendo e falando as parvoíces do costume. Como o frio fazia questão de estar cada vez mais intenso, fomos até a um dos bares que existe lá no campus universitário, para dançar um pouco e tentar aquecer. A noite foi passando com muita animação e algum cansaço também. Porém as minhas forças haviam-se esgotado à algum tempo e decidi ir para casa para descansar, deixando os três meninos sozinhos a curtir a noite… E que curtição, certo meninos?! Como podem calcular não poderei contar o que se passou visto não estar presente, mas o facto é que muita coisa interessante aconteceu, já que o chuchu acabou a noite caído de um banco que existe no 'pontão' do lago. Claro que estes três 'idiotas' não podiam chegar a casa como pessoas normais, e irem directamente para a caminha… Tiveram que ir chatear a menina que já bem dormia, e que quando acordou ficou alcoolizada, tal era o bafo a álcool que os acompanhava. Mais um dia que passou por nós sem dar-mos por isso…

O acordar seguinte foi bastante pacifico devido à ressaca que cada um deles trazia! Mais uma vez fui obrigada a fazer o almoço, mas que não foi bem aceite por alguns estômagos. E não, não era por não estar bom, mas sim porque estes estavam a reflectir a noite que acabara de passar. O domingo foi passado sob uma constante preocupação: o voo da manhã seguinte, pois o querido vulcão Eyjafjallajoekull lembrou-se de renascer e atrapalhar todo o tráfego aéreo. Depois de muitas hipóteses colocadas em cima da mesa, optamos por ir para o aeroporto, como estava previsto, na manhã seguinte. O dia foi passado, em casa, a fazer as malas e a arrumar tudo para estarmos prontos para a partida. Voltamos uma vez mais ao centro, mas desta vez para ir comprar os bilhetes de comboio. Na viagem de ida, estávamos cinco, mas no regresso, só voltamos quatro. Que aconteceu ao quinto elemento, Lenga?! Pelo que parece este último perdeu-se nas ruas de Olzstyn, debatendo-se acidentalmente num Audi A3 desconhecido, que o levava a uma casa ainda mais desconhecida, para fazer algo que ainda nenhum de nós descobriu!! =P A tarde findou… Eu e o chuchu andamos a passear pela residência acompanhados de umas belas 'Special' até que decidimos ir passear. O Márcio, foi ao quarto buscar o casaco e não voltou mais. Que terá acontecido?! Sendo assim, eu, o chuchu e a Agata fomos passear pelo campus, ver as faculdades, os edifícios, a igreja e uma bela paisagem que só era alcançável do topo de um cume. Voltamos até à porta de casa pensando no que iríamos fazer a seguir, e eis que o quinto elemento desaparecido à já algumas horas deu sinais de si e veio ao nosso encontro. Optamos então por ir beber um copo a um outro bar, mas sem antes o Lenga subir até ao quarto para ir buscar cerveja. Voltou com um ar surpreendidíssimo pelo que encontrou no terceiro andar da residência, mais especificamente no nosso quarto, pois deparou-se com algo que não estava a espera. O que será que aconteceu, Márcio?! Ruma-mos até ao bar para dançar mais um pouquinho e conhecer umas meninas que por lá pairavam. E entretanto a noite chegava ao fim…

Poucas horas de sono tínhamos pela frente pois a alvorada seria bem cedo para apanhar o comboio. Após duas horas e mais uns quantos minutos, chegamos ao aeroporto de Bydgoczsz, e o que realmente temíamos aconteceu: voo cancelado! Permanecemos no aeroporto para fazer nova reserva e a aguardar novidades sobre possíveis alterações do tráfego aéreo. Infelizmente o nosso voo só foi remarcado para o dia seguinte, o que nos obrigou a pernoitar na cidade. Mas nem tudo foi desagradável, pois fomos muito bem recebidos e acolhidos pela tia da Agata, que se prontificou a ajudar-nos. Encontramo-nos com a senhora no centro da cidade, para nos levar a uma residência de estudantes para passar a noite sem gastar muito dinheiro. A comunicação entre todos nós não foi fácil visto que a senhora apenas falava polaco e alemão, mas lá nos entendemos com o 'arranhado' alemão que o Márcio falava. A residência, exclusiva a estudantes com potenciais artísticos do ramo musical, apesar de antiga era bastante acolhedora. Acomodamo-nos e prontos para nos despedirmos da tia da Agata, algo que não esperávamos aconteceu. Esta querida senhora surpreendeu-nos com umas florzinhas bastante cheirosas. Lá nos despedimos e agradecemos, num alemão bastante primário, e a senhora, supostamente, retomou a sua vida. Mas não ficou por aqui… Passado sensivelmente meia hora, a tia da Agata voltou, surpreendendo-nos novamente. Regressou à residência apenas para nos dar chocolates, bolos típicos da região, água e bilhetes de autocarro para ir-mos para o aeroporto. Estaremos eternamente gratos por esta recepção tão acolhedora e atenciosa!

Uma longa caminhada se seguiu para encontrar algum sitio para jantar, pois nada aparecia, ou o que aparecia, ou estava fechado, ou tinha um ar dispendioso. Com o estômago já aconchegado, estava na hora de regressar a casa para enfrentar websites de companhias aéreas para fazer a ligação do Reino Unido até Faro. O recolher foi precoce pois estávamos todos exaustos e antes de ser meia noite, já estávamos a dormir. A alvorada do dia seguinte foi tardia e relaxada pois teríamos bastante tempo para apanhar o avião.


E assim termina a excelente aventura por terras polacas… Obrigada Chuchu =)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Un`uscita nel lavoro

Pois é meus caros amigos e leitores, nos passados dias 29, 30 de Junho, 1 e 2 de Julho, tive uma saída em trabalho, teve que ser.
Eu o Giuseppe, o Stani e o Fabrizio tivemos que ir 4 dias para um arquipélago chamado Tremiti, que se situa sensivelmente no meio do Adriático.
O trabalho consistiu em ir mergulhar a determinados pontos à volta das ilhas e fazer o registo fotográfico do bentos e noutros pontos fazer contagens de ervas marinhas, mais propriamente Posidonia oceanica.
Sinceramente, não sabia muito bem o que esperar daquele lugar, tinham me dito que era um lugar muito bonito, mas mais que isso... não tinha grandes luzes. Mesmo tendo passado longos períodos a ver fotos do Goggle Earth, pois pelo que tenho vindo a descobrir, e felizmente que assim é, uma foto nunca poderá transmitir a verdadeira essência de um lugar, por mais bela que essa foto que seja.
Facto é que Tremiti, é um lugar realmente fantástico, bastante calmo e o turismo não é tão sufocante como estava à espera, pelo menos nesta altura....
Chegamos à ilha por volta das 1730 e fomos logo recebidos pelo Miguel, o responsável pelo centro de mergulho que nos iria levar a mergulhar nos dias vindouros, tratamos da papelada da praxe e pouco depois a carrinha do hotel veio buscar-nos e lá fizemos o check-in e fomos para os quartos.
Para quem me conhece, deve imaginar o estado de euforia e excitação em que me encontrava, pelo que imaginei que os restantes, ou no mínimo o Fabrizio que também nunca lá tinha ido, também se encontrasse num estado semelhante ao meu. Pois enganei-me, quando perguntei se queriam ir dar uma volta para conhecer as redondezas, a resposta foi do tipo "epá não, vou descansar".... Posto isto, vesti os calções de banho, mochila às costas e lá fui eu passear. De imediato tentei afastar-me das zonas urbanizadas e ir procurar uma praia ou qualquer lugar onde não encontrasse qualquer tipo de vestígio humano, pois se vou para uma area protegida, à que tentar explorar e desfrutar o que tão pouco é protegido e respeitado, a Natureza.
Não foi preciso andar muito para encontrar lugares realmente bacanos e a meu ver, um belo lugar é sempre um belo lugar, mas se não houver vento, acho que este fica sempre com um pouco mais de charme. Esta é uma das vantagens de se estar numa ilha.
Por volta das 2000 fomos jantar, e estes jantares foram sempre uma aventura para mim, pois o restaurante do hotel, funcionava da forma em que o empregado de mesa-chefe, vinha à mesa, e dizia os diversos pratos que havia para aquela refeição, e quem percebesse o que ele dizia, escolhia conforme o que lhe mais apetecia. Ora eu não percebia um "cazzo" do que ele estava a debitar, pelo que limitava-me pedir o primeiro ou o terceiro, ou o que fosse. Eu sei que podia perguntar aos outros que raio o homem tinha dito, mas preferi aventurar-me na cozinha italiana e como são poucas as coisas que não gosto de comer... seria um grande azar eles terem cozinhado algo que eu não gostasse, quanto mais em 3 ou 4 pratos eu ir escolhe-lo.
Feitos os pedidos, eis que vem o primeiro prato e pelos vistos tinha escolhido uma sopa, pela forma do prato que me tinham posto à frente, sopa de quê? Espargos..... CASPITA!!! Eu não gosto de ESPARGOS!!! só pensava eu, que merd* de ideia!! para quê armar-me em esperto!! Bom mas claro que não iria mandar a sopa para dentro, para além de ser uma verdadeira falta de educação, faria a figura do gajo mais estúpido presente naquela ilha, se não no mundo. De maneiras que lá fiz o esforço de a comer... e sabem que mais.... no final até tinha comido mais um bocado, pois a verdade é que em novo tinha interiorizado que não gostava de espargos e essa ideia veio comigo até aquele jantar, mas até que me soubera bastante bem. Afinal a ideia de me aventurar, sempre foi uma boa ideia....
No final do jantar fomos ver o que faltava do jogo de Portugal contra a Espanha.... e não vou comentar mais sobre esta parte, pois o final não é feliz, como todos sabemos.
Depois do jogo fomos dar um passeio pelos bares de San Domingo (é o nome da ilha onde estávamos) para ver se a azia descia um bocado. Esta voltou a subir quando tive a "excelente" ideia de pedir uma cerveja que o Stani também tinha pedido, uma porcaria de cerveja belga, sem rancor Sid, doce ou que raio era aquele sabor, mas que se tornava bastante amargo quando pensava o quanto tinha pago por ela, 6,5€s... por uma cerveja que eu nem apreciava. Mas pronto como foi dos únicos gastos que tive, não me posso queixar.
No dia seguinte lá fomos trabalhar, encontrámo-nos com o irmão do Miguel, que era uma verdadeira personagem, era um tipo dos seus 50 e muitos, de cabeça rapara, com uma pança bastante proeminente e claro com a bela da tanga vermelha, para realçar o charme italiano!
Fomos para a Isola Pianosa, que é a ilha mais afastada desta área protegida, que se encontra a cerca de 1 hora e tal de barco. No caminho para lá o capitão ainda nos perguntou se queríamos ir almoçar à Croácia, eu que percebi o que ele tinha dito, ainda fiquei com os olhos brilhantes só de pensar na ideia, mas claro que não deu para isso, pois estávamos ali para trabalhar.
Pianosa é sem duvida alguma, a ilha menos interessante, embora que seja a zona onde a protecção seja a mais forte, isto no papel, facto é que esta está uma verdadeira miséria, o fundo está completamente limpo, é só rocha, ou quase. Isto porque mal esta zona se tornou uma área protegida, não demorou muito para os pescadores irem para lá pescar com bombas!!! e assim o fazem de tempos a tempos. A estupidez humana é realmente uma coisa infinita, como disse Einstein.
Lá fizemos o que tínhamos a fazer, e voltamos para as ilhas mais próximas. Fomos ter com o Miguel, que estava ancorado à beira da ilha San Nicola, subimos a bordo do seu barco para deixar o material de mergulho e para passar um tempo a descansar antes de irmos para terra.
No segundo dia de trabalho, fomos com o Miguel no seu barco trabalhar para as ilhas próximas. Foi um dia cansativo com 5 mergulhos, mas revitalizante para a alma!!! Principalmente pelo ultimo mergulho que foi um mergulho de lazer, onde fomos mergulhar na ilha Capraia, um mergulho em parede, e que parede!!!
Devo dizer que este foi o melhor mergulho que fiz, não é que sejam muitos, mas foi realmente fantástico. Agua com visibilidade de mais de 16 metros, vimos um cardume com mais de 100 sargos, rascassos não vi nenhum com menos de 1 kg. A parede, era mesmo imponente, imaginem-se a mergulhar a 35 metros de profundidade, e ver esta parede completamente vertical que ia dos 5mts de profundidade até aos 50.... era realmente intimidante!!! Para lhe dar mais esplendor, esta estava completamente repleta de esponjas, algas e peixes de todas as variedades.
Este mergulho foi também marcante pelo facto de ter podido sentir na pele o que é realmente uma termoclina! Pois a água à superfície estava excelente, 22º, mas a partir dos 16, 17 mts, começamos a ver a refracção da água e facto é, que aos 20 mts a água já se encontrava nos modestos 12º Celcius!!! até me doíam os ossos!!!
Como num bom jogo de rugby há sempre um boa 3a parte, no mergulho acontece o mesmo, a meu ver. Quando acabámos este belíssimo mergulho de 45 minutos, ao subirmos para o barco, eis que nos abraça um cheiro a pasta acabadinha de fazer, mas uma senhora pasta! linguini com amêijoas! Estava mesmo boa! aliada à fome de ter feito 5 mergulhos.... ui... que sonho!
Acabámos os trabalhos fomos para terra, os meus colegas foram para o quarto descansar, eu fui dar o meu passeio, mas não fui longe, pois o meu cansaço, principalmente Na perna, era de tal forma, que já tinha tremores que me dificultavam bem o andamento, pelo que fiquei a descansar na praia junto ao hotel.
À noite fomos sair um pouco e despedirmo-nos da malta do centro de mergulho.
No dia seguinte de manha, apanhamos o barco e voltamos ao continente, com a ideia em mente de um trabalho bem feito, muito bem feito aliás!!!

Ciao!

P.S.
Supostamente, este texto era para ter fotos, mas a MERDA deste Blogger, não sei porque cazzo, não está a deixar fazer o upload. O texto faria muito mais sentido com elas, mas não estou com paciencia para batalhar com computadores, e normalmente perco sempre estas batalhas...
Por isso as minhas desculpas.
Vou também por algumas fotos no facebook, pelo que se tiverem interessandos, vao lá ver.