segunda-feira, 28 de março de 2011

Migrações

Boas,


Hoje pela manhã, bem cedinho foi conhecer o aeroporto de Brindisi, mas infleizmente por uma razão que me deixou triste. Uma das escamas Salentina deste plutão de carapaus teve que deixar a velha cidade de Lecce por questões de força maior. Quando digo maior, implica a finalização e devida entrega de um documento que estabelece a idade de recruta (não de maturação) de qualque peixe. Isso mesmo, estes meses têm sido para muitas das escamas que por cá andam a viajar, épocas decisivas e de intenso trabalho…mais uma razão pela qual este site tem parecido obsuleto.


No início de Fevereiro, vim até Lecce, via Barcelona e Roma a fim de dar início à minha fase de recruta. Eu, como escama caudal vou seguindo os movimentos e passos de outras escamas deste carapau. Não vos vou falar de Barcelona nem de Roma, porque não há palavras sufucientes para aqui as descrever. Mas Lecce sim, é uma cidade museu! Cada vez que me vou ao centro, seja por que meio for, há sempre um pormenor novo numa pequena esquina desconhecida. Vale a pena visitar…bem dizina a mencionada escama.


As circunstâncias que me trouxeram a Lecce foram as mesmas que a escama Salentina, como já referi, mas devo confessar que por mera coincidência os nossos rumos cruzaram-se mais uma vez. A meu ver, tive um guia quando cheguei, um orientador, um colega de trabalho, uma boleia ou um pendura de vez em quando, uma visita para jantar, mas mais importante que isso, tive um Amigo que por cá deixou as suas marcas (incluindo o carro). Durante o último mês e meio que passou, juntamente abordamos vários temas, entre eles o nosso futuro como biólogos marinhos e mesmo o futuro do país (sem comentários) onde as nossas raízes se fixam.


Depois de emigrar, seja para estudar ou procurar novas oportunidades de emprego, tenho-me enchido de sensações que antes nunca senti. Vermos o país de outra prespectiva fez-me, talvez olhar para ele com outros olhos. Talvez uma das vontades de ter vindo cá para fora, foi precisamente de aprender com outros, conhecer novos mundos que não o habitual e ver os “podres” que varrem o sistema a que estamos acostumados. Em 2 anos, vivi em 3 zonas bem distintas da Europa e destas muitas conclusões tirei. Creio que uma delas, e a mais importante é o facto de o “Português” ser uma espécie rara a com um potencial enorme. O conjunto de virtudes que um indivíduo Português condensados num só corpo ultrapassam os de muitas outras nacionalidades, o que nos dá vantagens que nem imaginamos. Para além do potencial como pessoas que somos, o nosso país é riquíssimo…vejam só o mar!!! O que nos afoga, porém, é a falta de precepção (provavelmente já não se escreve assim) destas potencialidades! Esta falta de precepção pode também ser confundida com a perguiça, que as regiões do sul Europeu tanto se orgulham. A verdade é que vejo luzes ao fundo do tunel para nós. O futuro é nosso, mas temos que nos conhecer bem. Para terminar, quando voltasse para Portugal gostaria de deixar de parte os podres e olhar para as potencialidades que ambos portugueses e Portugal têm e com isso desenvolver projectos de vida estejam ao nosso alcance se nos esforçarmos, claro. A escama mencionada e eu ainda abordamos esse tema e quem sabe se um dia os nossos rumos se cruzam novamente para exaltar as nossas próprias potencialidades.


Estou muito patrióta, mas nesta época, se não formos positivos ficamos a xuxar no dedo.


A escama rabejadora!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Una serata...

Visto que este blog anda deserto à “tropo” tempo, “chi sá” se este pequeno episódio possa suscitar à escrita dos restantes elementos que ainda estão fora, e claro que também aos que já andam pelo nosso cantinho chamado Portugal.

Na noite passada do dia 28, como já é habitual, fui dar uma saída para o centro de Lecce e como as 6as são o meu primeiro dia de saída da semana, é sempre esse o dia que mais me liberto, ou seja, os sábados costumam ser sempre um dia penoso.

Nesta noite, depois de um jantar bem completo, fui-me encontrar com a malta jovem de erasmus, ao mítico bar de Lecce, The New Paolone, onde temos a cerveja mais barata, 66dl a 1,5€ é muito bom por estas bandas.

Ali estivemos, a conversar, a beber, a fumar para os que fumam e por volta das 0230 decidi ir ter com o meu cúmplice do episódio da Polizia, a um bar mais “underground” de Lecce, o Zie, onde também estive com a malta italiana.

Lá estive mais uma hora, a falar, discutir com o espanhol sobre qual dos nossos países era melhor, onde de tabela, levei com uma critica de um “local” em que eu estava a falar italiano à Mourinho, ou seja o nível de sobriedade já não era o maior, de maneiras que a qualidade do meu italiano decaia a cada golo. Mas não obstante disso, ganhei na discussão com o espanhol!

Ao tornar para casa, é que a noite se tornou interessante, não para mim claro, mas para vocês que lêem e para aqueles que infelizmente puderam observar. Então lá ia eu demasiado feliz da vida, na minha estimada bicicleta, a caminho de casa, quando me deu a ideia de me por a andar sem mãos, o que estando sóbrio e com o terreno seco, é bastante tranquilo, mas não era o caso para nenhuma das condições acima referidas. O que aconteceu foi que caí, na qual não tenho bem a certeza de onde foi ou como foi, só tenho o flashback de estar estatelado no chão, e de ouvir risos de rapariga ao fundo. Devo-me ter esquecido de imediato, pois ao sair do centro histórico, numa recta ligeiramente inclinada ,deixei-me levar pela emoção de andar sem mãos e de tal maneira me estava a sentir bem, que até acreditei que conseguiria subir uma rampa em curva de um lancil de passeio, rampa essa em mármore liso e molhado. O resultado não poderia ser outro e lá fui eu mais uma vez ao chão, desta vez passei a lembrar-me, pois ainda fiz umas mini-mazelas no braço e na perna. Felizmente não estava ninguém nas redondezas, pelo menos que desse conta.

E lá fui eu, cabisbaixo para casa...

Ciao