

Onde encontrarão relatadas as experiências de várias escamas perdidas pelo Velho Continente
Prefazendo em média uns 300 kms por dia, chegamos a Fécamp, perto de Le Havre, onde dormimos no meio de uma floresta junto ao mar e com a maravilhosa ajuda do camping’ gaz pudemos fazer maravilhosas petiscos.
Antes de podermos ir tomar um banho decente em casa do David em Roscoff, paramos ainda em Dinan que é também muito bonita, viva e parecida do a cidade do Luxemburgo. Já em Roscoff, aproveitamos a estadia para respirar o ar marítimo e jantar num restaurante sem fonices, antes de rumar a Sul pela costa Oeste. Nessa noite a Carolina e eu decidimos ir até Lorient que é uma cidade feia e com muitos pedintes, mas conseguimos acampar numa praia com sapos por todo o lado…foi hilariante! No dia seguinte guiamos até Saint Nazaire onde pudémos descançar numas esperguicadeiras de um bar de praia. A Joe e Anna vinham ao nosso encontro, não fosse eu estar fisgado para apanhar umas ondas, rumamos até Les conches, dica que um ex-surfista nos deu.
Como estava a chover, alugamos uma pequena casa de campismo onde pudémos tomar um banho decente e dormir confortavelmente. No dia seguinte bem cedo, fui apanhar umas onda pequenas mas simpáticas, onde a Joe se juntou a mim, mal chegaram. Ao sairmos da água, dirigimo-nos até La Rochelle, cidade muito fixe com um uma grande espírito náutico, almoçando por lá e aproveitando o sol e calor que se fazia sentir para comer um “crêpe avec nutella”. Continuamos a guiar em fila indiana até Blaye, cidade quase fantasma, pois a escuridão da noite não nos permitiu ver onde estavamos a ir, até que um pequeno sinal de campismo apareceu, como se estivesse à nossa espera. Seguimos o sinal e começamos a entrar numa vila dentro duma fortaleza – citadelle do século XV muito interessante, onde conseguimos pernoitar à borla mesmo junto do campismo, percebendo pela manhã que tinhamos encontrado um spot fenomenal mesmo por cima do rio Gironde. Pela manhã apanhamos o ferry até Lamarque. A ideia era ir até à costa, Lacanau para ver como estava o surf, mas demasiado vento “onshore” se fazia sentir para que as ondas pudessem estar ordenadas. Acabamos simplemente por almoçar por lá, com a ajuda do camping’ gaz e decidimos seguir até Hossegor – Capbreton pela autoestrada. Como chegamos muito tarde e era uma zona muito habitada por surfistas, decidimos procurar um campismo onde pudessemos repousar e jantar mais uma vez à moda do desenrrasca. De manhã fui alertado pelo som de um animal a farejar os nossos pertences e deparei-me com um labrador da casa que estava a abrir o saco do chouriço que o André amavelmente tinha trazido de Portugal para Gent. O cão, como não conseguia rasgar o plástico, começou a comê-lo, obrigando-me a sair da tenda de boxers e um casaco para ver se o ele não engolia aquilo tudo, não fosse ele dar o “treco”. Sem eficácia, não consegui evitar que ele engolisse aquilo tudo de seguida, incluindo saco, chouriço + corda + ferrinho que unem as duas pontas do mesmo…espero que o cão não tenha tido problemas gastrointestinais. Depois deste episódio animal, rumamos a San Sebastian, já em Espanha, mas nós dois seguimos até Bilbao passando pela costa brutal, enquanto que elas ficaram em Biarritz. Ao chegar a Bilbao, deparamo-nos com o trânsito e talvez devido à nossa fadiga e esperança de chegar a Gijón, deixamos a visita desta cidade para um dia mais tarde, pois queriamos ver se encontravamos casa para o semestre seguinte. Dormimos nessa noite no campismo da cidade e acordamos a ver a baía junto ao mar que é brutal e onde agora vivemos! Fizemos uns telefonemas a fim de procurar casa, mas chegamos à conclusão que maior parte delas são casas de praia onde os senhorios alugam durante o Inverno a quem estiver interessado. Ainda demos um salto a Oviedo, onde fica a minha Universidade, mas queriamos chegar ao Porto a casa do Toni nessa noite.
Parque de campismo em Gijón mesmo junto ao mar...a nossa casa é num desses prédios:
A Carolina fazia anos nesse dia, por isso, apesar de passar maior parte do dia no carro, conseguimos chegar à Granja para comer uma francesinha e uns finos acompanhados pelo hospitalidade do António. Ainda fomos às “Galdérias” ou galerias no Porto para conhecermos o “bairro alto” de lá finalizando a noite de uma forma bastante suave, pois o cansaço enfraquecia-nos. O Açor tinha muitas saudades minhas e eu dele, por isso ainda lhe dei alguns carinhos…o feroz, mas amável canino queria inclusivamente vir connosco no carro. Pela tarde chegamos finalmente a Lisboa, onde estivemos com família, amigos e tal, fazendo no total desde Gent, 3.600 kms e gastando 4 depósitos de gasóleo! Agradeço a fiabilidade que o Opel Corsa D sempre me deu!
Com isto me despeço e de seguida seguem as notícias de Gijón…
Beijinhos e abraços
Si e Carol
Caros,
Que melhor que uma noitada num aeroporto à espera do avião para voltar a casa, para escrever alguma coisa para esta enciclopédia erásmica?
Pois bem, neste preciso momento, encontro-me no primeiro andar do aeroporto de Bari, na zona de espera, sentado confortavelmente numa cadeira de massagens, que me parece que vai ser a minha “cama” desta noite. Era bom que o aeroporto de Frankfurt- Hahn fosse assim, não é? caros amigos que sabem do que estou a falar…. Mas chega de tretas.
Infelizmente o período de erasmus, para os que já cá estavam antes de mim, está a acabar, o que implica que tanto os que se vão embora, como eu, temos tentado acabar com os cartuchos que temos na algibeira. Não que vá acabar já o meu erasmus, mas os amigos que cá fiz nestes belíssimos 2 meses, vão e por isso vão-se…. De maneiras que tenho tentado estar com eles o mais possível.
Noutro dia, um dos espanhóis teve uma alta ideia! Que foi a de irmos ao Sul do tacão, a uma vila chamada Sta. Maria de Leuca, e alugar um barco, para irmos ver as grutas que nessa zona existem. Assim foi, Um português, 2 espanhóis, duas fêmeas da mesma nacionalidade, e mais um argentino.
Chegamos por volta das 1530 ao local, claro está que fazer estas coisas de manha são muito mais interessantes, mas os espanhóis nunca têm pressa para nada… enfim. No quiosque de aluguer lá tratamos da papelada toda, e fiquei eu o responsável pela embarcação, julgava que teria que ser eu por ser o único a ter a carta, mas aparentemente em Itália, para guiar embarcações até 40cvs não é necessário qualquer licença…
Lá fomos dar um passeio de 2 horas, onde todos pudemos guiar o barco, para meu receio, especialmente por uma das espanholas ser chanfrada de todo e afinal de contas se algo acontecesse eu é que as ouvia…mas correu tudo tranquilo! Como já disse, lá andamos com de um lado para o outro, ver falésias, grutas, parar a embarcação dentro delas para ir nadar uma beca nas suas águas escuras, enfim umas horas muito bem passadas.
Em terra firme, propus que fosse-mos para cima pela costa adriática, especialmente pelo percurso de Sta Maria de Leuca até Otranto, que é uma zona realmente bonita, sem duvida a minha favorita de Salento( é a província de Lecce). Assim foi e por volta das 8 estava-mos em Lecce, e deu-se o dia por acabado, mas não a noite, que fomos para os copos, como é de costume.
Os dias seguintes foram relativamente todos semelhantes, por assim dizer, de manha ir ao lab, durante a tarde faz-se o que se tem a fazer, por vezes vai-se à praia, e à noite vai-se ao centro ou a casa de alguém, infelizmente poucas têm sido as noites que não me tenho que despedir de alguém… mas é assim a vida de erasmus.
Alguns dias atrás, fui convidado para ir a um concerto e como é óbvio, aceitei o convite, mas sem sequer saber a que iria assistir.
Por volta das 2330, partimos de Lecce, passados uns 30 minutos saímos da “super strada” com são cá chamadas as auto-estradas, e metemo-nos por caminhos ermos e escuros pelo meio dos olivais. Passados uns bons minutos, já com a minha veia curiosa quase a rebentar e farto de ver oliveiras, mesmo sendo de noite, lá chegámos ao dito local, que não passava de uma área cercada, não maior que a grande área de um campo de futebol e isto claro no meio do olival. No interior deste recinto, estava a decorrer um festival de Hard Rock….. ora, para quem me conhece… deve saber que este tipo de musica não me diz muita coisa, nada mesmo, mas sinceramente… não que tenha de gostado da musica, mas o ambiente estava bastante fixe, calmo, eu sei que isto pode parecer um contra-senso, mas facto é que gostei bastante daquele festival. Via-se mesmo, que aquilo foi feito sem qualquer tipo de apoios ou patrocínios, de maneiras que embora a qualidade do espectáculo “per si” não fosse a melhor, aquilo era sem duvida alguma, uma coisa genuína, e de coisas genuínas já eu gosto!
Já o Sol anunciava a sua chegada, quando o condutor do carro decidiu que era hora de voltar, e assim foi, e eu como estava “cansado” mal sentei o cu no carro, adormeci logo… a viagem fez-se rapidamente, claro, mas ao chegar a Lecce acordei, e acordei mal disposto, mas de tal forma que nem deu tempo para parar o carro, deu foi tempo, mas pouco, para baixar o vidro e mandar o que me estava a fazer mal, janela fora. Felizmente só uma ou duas gotas do fluido venenoso é que ficaram dentro do carro e essas caíram-me no colo, de maneiras que só sujei o carro por fora. Mal cheguei a casa fui logo limpar a minha obra de arte, que se propagava desde a porta até ao final do carro. Feitas as limpezas, fui-me deitar que já bem me apetecia.
Os restantes dias passaram-se semelhantes aos outro todos, mas com a novidade de alguns deste, ter que ir a uma área marinha protegida, a de Porto Cesareo, encontrar-me com o director desta, para ele me ensinar a trabalhar com os programas que vão ser a base da minha tese, o GIS e o Marxan.
Hoje foi o dia de arrumar as coisas tirar tudo de casa, deixar a minha bebé na universidade, e quando voltar terei que encontrar outra.
Às 1927 tive que apanhar o comboio para vir para Bari, despedi-me dos meus vizinhos, na noite anterior dos restantes erasmus que ainda cá estão e dos italianos residentes. No comboio, a sensação de tristeza invadiu-me um bocadinho, pois em dois meses fiz bons amigos, os quais tenho receio de não voltar a ver, mas enfim… quando voltar, novos erasmus chegarão, e eu cá estarei para os receber tão bem, como fui recebido pelos que em cá estavam!
Tutti voi, un grandissimo Grazie Mille!!!
E assim acaba a primeira parte da minha aventura de erasmus…..
Ciao!
É verdade, faz já 2 meses desde que participei activamente por estas bandas! Peço deculpa por isso, no entanto, a ausência teve razão, à qual me irei endereçar em breve.
Sem ter comunicado directamente com alguma das escamas deste blog recentemente, consegui perceber o que se ia passando com cada um deles, vós, sim! Fiquei sabendo que uns estão a chegar, enquanto outros a voltar, mas no fundo o que interessa é que todos conseguimos contar, de formas mais ou menos coerentes, o que andamos a fazer como emigrantes durante os últimos meses. Sim, a ida à Irlanda ter com as escama mais escura decorreu exactamente nos mesmo dias do mega festival académico em Kortowo. Isto deu, naturalmente, aso a conversas no skype entre os distantes grupos. Nestas video conferências fiquei somente a perceber que o lenga tinha deixado o carro ir a baixo, estava frio lá fora e a ressaca inundava os cefalos de cada escama… Pena não estarmos todos no mesmo lugar à mesma hora, mas creio que isso será cada vez mais difícil futuramente, oxalá haja hipótese irrecusáveis de manter contacto e fortalecer as amizades que fizemos na UALG.
Desculpem a sensibilidade, mas as mães têm esse dom quando nos educam.
Agora perguntem: que direito é que este palhaço tem a escrever parvoíces quando já não escreve há mais de 60 dias???
Voltando à razão, então, aqui deixo umas belas imagens da aventura pela tentadora Sicília: Chegada ao porto de Levanzo, ilha em frente a Trapani:
Amanhecer dentro da tenda acampados em Favignana, ilha em frente a Trapani:
A Sicília é linda, pelos menos é semalhante às nossas terras mais a Sul do país, só que embanhada pelo Mar Mediterrâneo. Eis um exemplo:
Em meados do mês de Maio, Olsztyn foi contemplada com a presença de três ilustres portugueses, eu, a escama luso-galesa, o Márcio e o Lenga, numa missão de visita ao nosso Lizbona! Esta não foi uma visita qualquer, mas sim, para além de estarmos com o nosso ChuChu, termos a oportunidade de poder participar num evento académico anual, semelhantes às tão conhecidas queima das fitas, enterros da gata e semanas académicas, de Portugal, que data também o mês de Maio, a tão famosa por terra polacas: Kortowiada! Esta decorre em Kortowo, campus universitário que actualmente é a residência temporária da nossa escama polaca. Pois bem, uma visita bem planeada de uns simples 4 dias, que se tornou numa autentica aventura, desde a chegada até à partida, com um bónus de mais 1 dia dado pela tão conhecida dos pobres, Ryanair, mas em troca de uns significativos euros, zlotis e até mesmo libras.
Comecemos pelo princípio… O encontro com os rapazes aqui em terras da Sua Majestade, para voarmos até à Polónia. Correrias, pressas e medos de perder o avião, foram logo sentimentos evidentes mal começou esta viagem, mas depois de nos encontrarmos na tão conhecida cidade dos Beatles e rumar até ao aeroporto e após passar a zona de controlo dos passageiros, suspiramos de alivio por constatar que estávamos dentro das horas planeadas. Relaxamos um pouco e matamos a larica que já nos acompanhava à umas horas. Embarcamos nos tão confortáveis aviões da Ryanair para 2h30m de viagem até Bydgoszcz, uma cidade no norte da Polónia, a cerca de 290 km de Olsztyn. Durante a viagem discutimos qual seria a melhor forma de chegarmos à acolhedora cidade da nossa escama, visto que o último comboio a chegar a horas decentes, no próprio dia, partia do centro de Bydgoszcs cerca de 40 minutos após a nossa chegada. Seria uma difícil concretização visto que teríamos de chegar até à estação, a qual desconhecíamos totalmente a sua localização, e ainda, pior que tudo isso, fazermo-nos entender perante uma bilheteira, que certamente, não falaria inglês, e não iria perceber o que três maluquinhos como nós, queriam! =) Então, perante todas estas objecções, optamos por ir até um rent-a-car, ver quais eram as possibilidades de alugar um carro, que nos pudesse levar até Olsztyn no mesmo dia, para ainda aproveitar-mos a noite da chegada. Pois bem, concretizamos então a hipótese de alugar um carrito, um twingo qualquer a gasolina, que o Lenga deixou ir abaixo uma quantidade de vezes considerável. Após conversa e mais conversa com o senhor da Hertz, pagamento, assinaturas e 300 mil coisas necessárias para alugar o carro, lá nos aventuramos nas mal assinaladas estradas polacas, até Olsztyn. Ah!! Mas calma… Isto parece que foi fácil, mas muitos outros obstáculos nos confrontaram! Desde ausência de GPS, a uma Polónia sem auto-estradas, limite de velocidade máximo de 70 Km/h, luzes acesas 24h por dia, noite, frio, entre muitas outras tantas coisas. Confesso que a nossa sorte foi o excelente co-piloto Márcio Coelho, que apesar da rápida e distraída condução do Lenga, lá se conseguiu orientar nas estranhas e desconhecidas estradas polacas. A meio desta longa viagem, já os três completamente esfomeados e a desejar que um tasco qualquer se cruzasse no nosso caminho, avistamos um gigante e eterno M do Mc Donalds, numa cidade a meio caminho, e claro fizemos uma paragem para reabastecer. Após o delicioso jantar continuamos viagem até ao destino final, viagem essa que demorou, mais coisa menos coisa, umas três horitas. Por incrível que pareça, e sem sabermos 100% como, fomos dar directamente a Kortowo, mas claro, que o nosso co-piloto não se recordaria da ultima vez que lá esteve e não conseguimos encontrar a casa do chuchu… Mas uma simples chamada fez com que ele viesse ao nosso encontro, dando assim por terminada a nossa longe e aventureira viagem!
Chegados ao destino e a 'casa', lá nos instalamos cada um no seu cantinho, a fazer os habituais preparativos para uma soneca. Mas, muita calma nessa hora, porque uma festa nos esperava. Após aquecer em casa com umas cervejinhas e com um pouco de conversa, lá ganhamos coragem para enfrentar a noite fria que tanto nos ansiava. Fizemos uma visitinha rápida ao 'recinto' da kortowiada e de seguida fomos até à tenda ouvir um som e dar dois passos de dança, acompanhados pelos tão acolhedores espanhóis e italianos. Passaram-se umas horas e a noite chegou ao fim, levando-nos até casa para o merecido descanso. Escusado será dizer que os meninos, Márcio e Lenga, mal chegaram ao quarto deitaram-se nas respectivas camas e não voltaram a levantar o rabiosque até a manhã seguinte, enquanto que os resistentes, eu e o chuchu, ficamos na treta, acompanhados de mais umas cervejinhas, até ver o céu a começar a clarear (não pensem que era muito tarde, eram simplesmente quatro e picos da manhã).
O dia seguinte impôs-nos uma responsabilidade acrescida, a entrega do carro. Mas antes disto fomos ao famoso Rast gastar uns quantos zlotis para reabastecer o frigorifico e a despensa. Não é de estranhar que todos os dias foi necessário voltar ao Rast visto que o alarveirão do Márcio não parava de comer. Um passeio pelo lago e pelos parques que o rodeavam foi o que se sucedeu, levando-nos até ao centro da cidade. Almoçamos, a tarde e a más horas, num óptimo restaurante, em que pudemos apreciar um tradicional prato polaco. Depois desta tão saborosa refeição fomos dar um beijinho ao Senhor Copérnico, e seguimos para ver lojas e afins, porque a menina (já passo a explicar) Márcio queria comprar uns ténis. Eis que paramos numa sapataria e o Márcio estava todo contente a experimentar um par, mas dizendo que estavam um pouco apertados, ao que eu sugeri que ele perguntasse à menina da loja se não teria um numero maior. Mas um par maior não havia, havendo apenas uma grandiosa reposta dela: 'ah desculpa, mas esses ténis são de rapariga!'. Como podem imaginar desatamos todos a rir no meio da loja. Mas com sinceridade, os ténis podiam ser perfeitamente calçados por ambos os sexos, pois não tinha qualquer sinal de feminismo. After that, seguimos rumo até casa para descansar um pouco e preparar a próxima noite… Noite essa que não teve um sabor muito bom, visto que fomos parar a um gigante lamaçal, em que, literalmente, ficamos com lama até aos tornozelos. A nossa queria amiga Agata Sofia e a sua companheira Magda estavam já um pouco alegres e conseguiram-nos levar até ao magnifico concerto que estava a decorrer no tão acolhedor recinto bastante enlameado. É importante referir que não conseguíamos andar, mas sim patinar, até que, alguns de nós não conseguindo manter o equilíbrio caíram, e aí sim, ficaram com lama até às orelhas, não foi chuchu?! Claro que as meninas polacas estavam em pior estado e como tal acharam que nós teríamos que ficar como elas decidindo abraçar toda a gente. Imaginam o resultado de tal acto, não imaginam?! Depois de já não aguentar com o frio, a chuva e principalmente a sensação desconfortável de pés enlameados tomamos a decente decisão de ir para casa e tentar não sujar o que nos rodeava. Uma 'chuveirada', no wc, sob as calças e os ténis para tentar remediar esta estupenda ideia, sendo que alguém (não querendo referir nomes =p) estava de tal maneira suja, que entupiu a zona dos banhos e tudo à volta se tornou numa magnifica pintura rupestre! Estava na hora da caminha que um novo dia estava à nossa espera…
Dia 3! Um acordar retardado de todos nós, excepto o do Lenga, que decidiu madrugar e acordar apenas as 16h30… Chegou a hora da escravatura, em que fui obrigada a ir para a cozinha fazer o almoço, e como não tinha alternativa, lá fui eu, muito bem educadinha, fazer de mamã destes três meninos, porque senão eles não almoçavam. Mas o almoço tornou-se bastante mais agradável, com a presença da nossa Magda. =) Depois de tudo arrumado, da loiça lavada, das compras feitas e da sessão de secagem do calçado ter chegado ao fim, fomos até ao 'pontão' do lago, ter com os restantes erasmus amigos do chuchu! Um momento muito bem passado, mas com algum desconforto devido ao frio. Andamos por Kortowo, sempre acompanhados de umas cervejinhas, que fomos bebendo aqui e ali, parando num jardim ou num banco de rua, fazendo e falando as parvoíces do costume. Como o frio fazia questão de estar cada vez mais intenso, fomos até a um dos bares que existe lá no campus universitário, para dançar um pouco e tentar aquecer. A noite foi passando com muita animação e algum cansaço também. Porém as minhas forças haviam-se esgotado à algum tempo e decidi ir para casa para descansar, deixando os três meninos sozinhos a curtir a noite… E que curtição, certo meninos?! Como podem calcular não poderei contar o que se passou visto não estar presente, mas o facto é que muita coisa interessante aconteceu, já que o chuchu acabou a noite caído de um banco que existe no 'pontão' do lago. Claro que estes três 'idiotas' não podiam chegar a casa como pessoas normais, e irem directamente para a caminha… Tiveram que ir chatear a menina que já bem dormia, e que quando acordou ficou alcoolizada, tal era o bafo a álcool que os acompanhava. Mais um dia que passou por nós sem dar-mos por isso…
O acordar seguinte foi bastante pacifico devido à ressaca que cada um deles trazia! Mais uma vez fui obrigada a fazer o almoço, mas que não foi bem aceite por alguns estômagos. E não, não era por não estar bom, mas sim porque estes estavam a reflectir a noite que acabara de passar. O domingo foi passado sob uma constante preocupação: o voo da manhã seguinte, pois o querido vulcão Eyjafjallajoekull lembrou-se de renascer e atrapalhar todo o tráfego aéreo. Depois de muitas hipóteses colocadas em cima da mesa, optamos por ir para o aeroporto, como estava previsto, na manhã seguinte. O dia foi passado, em casa, a fazer as malas e a arrumar tudo para estarmos prontos para a partida. Voltamos uma vez mais ao centro, mas desta vez para ir comprar os bilhetes de comboio. Na viagem de ida, estávamos cinco, mas no regresso, só voltamos quatro. Que aconteceu ao quinto elemento, Lenga?! Pelo que parece este último perdeu-se nas ruas de Olzstyn, debatendo-se acidentalmente num Audi A3 desconhecido, que o levava a uma casa ainda mais desconhecida, para fazer algo que ainda nenhum de nós descobriu!! =P A tarde findou… Eu e o chuchu andamos a passear pela residência acompanhados de umas belas 'Special' até que decidimos ir passear. O Márcio, foi ao quarto buscar o casaco e não voltou mais. Que terá acontecido?! Sendo assim, eu, o chuchu e a Agata fomos passear pelo campus, ver as faculdades, os edifícios, a igreja e uma bela paisagem que só era alcançável do topo de um cume. Voltamos até à porta de casa pensando no que iríamos fazer a seguir, e eis que o quinto elemento desaparecido à já algumas horas deu sinais de si e veio ao nosso encontro. Optamos então por ir beber um copo a um outro bar, mas sem antes o Lenga subir até ao quarto para ir buscar cerveja. Voltou com um ar surpreendidíssimo pelo que encontrou no terceiro andar da residência, mais especificamente no nosso quarto, pois deparou-se com algo que não estava a espera. O que será que aconteceu, Márcio?! Ruma-mos até ao bar para dançar mais um pouquinho e conhecer umas meninas que por lá pairavam. E entretanto a noite chegava ao fim…
Poucas horas de sono tínhamos pela frente pois a alvorada seria bem cedo para apanhar o comboio. Após duas horas e mais uns quantos minutos, chegamos ao aeroporto de Bydgoczsz, e o que realmente temíamos aconteceu: voo cancelado! Permanecemos no aeroporto para fazer nova reserva e a aguardar novidades sobre possíveis alterações do tráfego aéreo. Infelizmente o nosso voo só foi remarcado para o dia seguinte, o que nos obrigou a pernoitar na cidade. Mas nem tudo foi desagradável, pois fomos muito bem recebidos e acolhidos pela tia da Agata, que se prontificou a ajudar-nos. Encontramo-nos com a senhora no centro da cidade, para nos levar a uma residência de estudantes para passar a noite sem gastar muito dinheiro. A comunicação entre todos nós não foi fácil visto que a senhora apenas falava polaco e alemão, mas lá nos entendemos com o 'arranhado' alemão que o Márcio falava. A residência, exclusiva a estudantes com potenciais artísticos do ramo musical, apesar de antiga era bastante acolhedora. Acomodamo-nos e prontos para nos despedirmos da tia da Agata, algo que não esperávamos aconteceu. Esta querida senhora surpreendeu-nos com umas florzinhas bastante cheirosas. Lá nos despedimos e agradecemos, num alemão bastante primário, e a senhora, supostamente, retomou a sua vida. Mas não ficou por aqui… Passado sensivelmente meia hora, a tia da Agata voltou, surpreendendo-nos novamente. Regressou à residência apenas para nos dar chocolates, bolos típicos da região, água e bilhetes de autocarro para ir-mos para o aeroporto. Estaremos eternamente gratos por esta recepção tão acolhedora e atenciosa!
Uma longa caminhada se seguiu para encontrar algum sitio para jantar, pois nada aparecia, ou o que aparecia, ou estava fechado, ou tinha um ar dispendioso. Com o estômago já aconchegado, estava na hora de regressar a casa para enfrentar websites de companhias aéreas para fazer a ligação do Reino Unido até Faro. O recolher foi precoce pois estávamos todos exaustos e antes de ser meia noite, já estávamos a dormir. A alvorada do dia seguinte foi tardia e relaxada pois teríamos bastante tempo para apanhar o avião.
E assim termina a excelente aventura por terras polacas… Obrigada Chuchu =)
Resolvi consultar o nosso espaço e parece que já não escrevo nada de interessante neste blog, aparte "gozar" com os erros dos outros e chatear directamente outras pessoas, desde Fevereiro. Gravíssimo... que se passou então desde esse mês?! Bolas, muita coisa mesmo... vou tentar relatar tudo muito brevemente.
Se a memória não me falha, tudo começou depois do dia de S. Patrício ou Paddy's Day, como é conhecido por aqui. Feriado obrigatório e dia de bebedeira (à séria!) para todos os irlandeses espalhados pelo mundo. Foi um grande dia!
Umas semanas depois recebi a visita dos meus pais e da minha irmã, que sacrificaram-se em vir apanhar um pouco de frio e chuva para passar a Páscoa comigo. Resolvi então aproveitar e matar dois coelhos com uma só cajadada. Alugámos um carro e fomos à descoberta do norte da Irlanda do Norte, tido como uma das zonas costeiras mais bonitas do Mundo, ou como eles gostam de anunciar em placas espalhadas pela estrada "Area of Outstanding Natural Beauty". E têm razão, fazer a estrada da linha costeira, com o mar azul e a Escócia como pano de fundo (num bom dia) é uma experiência espectacular! Chegar depois à famosa Calçada dos Gigantes e observar todas as maravilhas naturais da área circundante é breathtaking! Ainda visitámos a cidade de Derry ou Londonderry, depende da vossa cor política, e inteirámos-nos da sangrenta história que ali se fez, desde os primórdios da civilização até ao Bloody Sunday, até aos nossos dias. De seguida apanhei uma boleia com os meus pais até Londres, cidade da qual já muito se escreveu e pouco mais tenho a acrescentar, mas foi daqui que parti para a minha primeira conferência como cientista. Viena, a cidade de Mozart, Strauss, Klimt e muitos outros artistas, foi a minha próxima paragem! Poster apresentado, contactos feitos, museus visitados, estava na hora de voltar para a ilha.
Estamos, portanto, em Abril e dentro de dias, quando era suposto estar à volta ao ritmo de trabalho normal depois de umas curtas férias, eis que chega o meu aniversário. Consequência de me sentir mais velho, ou não, resolvi celebrá-lo com um concerto de punk, algo a que estava mais habituado quando era um teenager ainda. Não sem antes passar no Nando's, não para comer frango, mas para beber algo que não pensei existir por aqui, Sagres e Super Bock! Boa noite, bom concerto, boas dores no dia seguinte. Estou a ficar velho! No fim-de-semana ainda tive direito a uma festa de aniversário em conjunto com mais umas nacionalidades, sempre bom!
Sensivelmente um mês depois, quase como se de um telefonema se tratasse e a distância que nos separa fosse feita em 5 minutos, o belga diz-me "puto, vou aí!". Ele já relatou o que por aqui fez, permitindo-me a mim apenas dizer obrigado!
Vivam os low-costs que tornam o mundo mais pequeno e que tornam possível estes encontros esporádicos entre estudantes, pois uma semana depois foi a minha vez, outra vez. Desta feita, Belfast-Liverpool-Chester-Bangor. Infelizmente as passagens pela piscina de fígado (esta é para ti ragazzo) e por Chester não passaram disso, passagens. Bangor é verde, montanhoso, pequeno, acolhedor, e naquele fim-de-semana foi muito populoso, soalheiro, quente e agradável. Tive a sorte, ou azar, de ir lá na mesma altura que a BBC Radio 1 resolveu fazer um festival nos arredores, para o qual infelizmente nenhum de nós conseguiu ganhar bilhetes, o que fez com que tivéssemos de nos afastar até uma das praias da ilha de Anglesey. Depois de uma boa (= longa) caminhada chegámos ao nosso destino e tive pela primeira vez, voluntariamente, os pés em águas britânicas. E pouco depois as pernas, seguidas do tronco e finalmente todo o corpo. Podia ter ficado pelos pés, mas se o italiano se atira à água eu também vou! Depois de 5 minutos voltava a terra para concluir o meu primeiro mergulho do ano, não enregelado como esperaria, mas surpreendentemente satisfeito e com o sentimento de que o verão chegara. Sentimento esse que pouco durou, pois no dia seguinte aquando da partida os céus choraram de saudade e borraram a imagem que tinha de Bangor. Enfim, tipical british weather. Mas o saldo foi claramente positivo, eu recomendo Bangor! Só não vão na conversa de hotdogs por 1 pound e não tentem entender o galês! Deixo aqui outro obrigado, agora para a Buwch!!
Pensava eu que já não ia passear muito pela ilha, quando o Ronen voltou cheio de pica das férias dele e decidiu que tínhamos que fazer mais coisas juntos, consolidar o espírito de grupo de laboratório. Que aqui somos como uma equipa, senão nos damos bem lá fora, dentro de campo a coisa não funciona. Então, "next stop, the most northernly point in Ireland"! Que fica no sul! Uma piadinha que eles gostam de fazer, pelo facto do ponto mais a norte da ilha estar no território dos vizinhos. Lá estive então, provavelmente no dia mais quente que aqui vivi, a fazer um piquenique em Malin Head, também o local mais a norte onde alguma vez fui. E já que aqui estava, que é que não podia deixar de fazer? Tomar um banho no mar! Enchi-me de coragem e lancei-me à água, para rapidamente me arrepender de tão irracional decisão. As saudades do nosso mar salgado (bem mais que este) dão nestas coisas.
Entretanto começou a euforia do mundial! Aqui no lab decidimos fazer um "sweepstakes", onde todos entram com um dinheirinho, tiram uma equipa do pote e o vencedor leva tudo! Azar de quem tira as equipas pequeninas né? Pois adivinhem lá quais foram as que me saíram… Argélia e Camarões! Ao início até pensei que não fosse muito mau, mas depois das gambas serem despachadas para casa mais cedo… Enfim, ao menos tenho (tinha) 3 equipas para torcer! E neste espírito lá nos juntámos numa tarde soalheira, para fazer um barbecue e ver os bifes a dar-se mal com os yanks.
E o mundial continua e o tempo vai passando, aproximando-se a passos cada vez mais largos a hora da despedida. Enquanto a hora não chega, festeja-se! Que hoje Portugal começou a preparar o rodízio brasileiro de sexta-feira, ao pôr na mesa de uma só vez sete batatas!
See you soon!
PS: desculpem a extensão do post mas tinha mesmo de ser. Fotos disponíveis no facebook.