quinta-feira, 8 de julho de 2010

Operação Kortowiada

Em meados do mês de Maio, Olsztyn foi contemplada com a presença de três ilustres portugueses, eu, a escama luso-galesa, o Márcio e o Lenga, numa missão de visita ao nosso Lizbona! Esta não foi uma visita qualquer, mas sim, para além de estarmos com o nosso ChuChu, termos a oportunidade de poder participar num evento académico anual, semelhantes às tão conhecidas queima das fitas, enterros da gata e semanas académicas, de Portugal, que data também o mês de Maio, a tão famosa por terra polacas: Kortowiada! Esta decorre em Kortowo, campus universitário que actualmente é a residência temporária da nossa escama polaca. Pois bem, uma visita bem planeada de uns simples 4 dias, que se tornou numa autentica aventura, desde a chegada até à partida, com um bónus de mais 1 dia dado pela tão conhecida dos pobres, Ryanair, mas em troca de uns significativos euros, zlotis e até mesmo libras.

Comecemos pelo princípio… O encontro com os rapazes aqui em terras da Sua Majestade, para voarmos até à Polónia. Correrias, pressas e medos de perder o avião, foram logo sentimentos evidentes mal começou esta viagem, mas depois de nos encontrarmos na tão conhecida cidade dos Beatles e rumar até ao aeroporto e após passar a zona de controlo dos passageiros, suspiramos de alivio por constatar que estávamos dentro das horas planeadas. Relaxamos um pouco e matamos a larica que já nos acompanhava à umas horas. Embarcamos nos tão confortáveis aviões da Ryanair para 2h30m de viagem até Bydgoszcz, uma cidade no norte da Polónia, a cerca de 290 km de Olsztyn. Durante a viagem discutimos qual seria a melhor forma de chegarmos à acolhedora cidade da nossa escama, visto que o último comboio a chegar a horas decentes, no próprio dia, partia do centro de Bydgoszcs cerca de 40 minutos após a nossa chegada. Seria uma difícil concretização visto que teríamos de chegar até à estação, a qual desconhecíamos totalmente a sua localização, e ainda, pior que tudo isso, fazermo-nos entender perante uma bilheteira, que certamente, não falaria inglês, e não iria perceber o que três maluquinhos como nós, queriam! =) Então, perante todas estas objecções, optamos por ir até um rent-a-car, ver quais eram as possibilidades de alugar um carro, que nos pudesse levar até Olsztyn no mesmo dia, para ainda aproveitar-mos a noite da chegada. Pois bem, concretizamos então a hipótese de alugar um carrito, um twingo qualquer a gasolina, que o Lenga deixou ir abaixo uma quantidade de vezes considerável. Após conversa e mais conversa com o senhor da Hertz, pagamento, assinaturas e 300 mil coisas necessárias para alugar o carro, lá nos aventuramos nas mal assinaladas estradas polacas, até Olsztyn. Ah!! Mas calma… Isto parece que foi fácil, mas muitos outros obstáculos nos confrontaram! Desde ausência de GPS, a uma Polónia sem auto-estradas, limite de velocidade máximo de 70 Km/h, luzes acesas 24h por dia, noite, frio, entre muitas outras tantas coisas. Confesso que a nossa sorte foi o excelente co-piloto Márcio Coelho, que apesar da rápida e distraída condução do Lenga, lá se conseguiu orientar nas estranhas e desconhecidas estradas polacas. A meio desta longa viagem, já os três completamente esfomeados e a desejar que um tasco qualquer se cruzasse no nosso caminho, avistamos um gigante e eterno M do Mc Donalds, numa cidade a meio caminho, e claro fizemos uma paragem para reabastecer. Após o delicioso jantar continuamos viagem até ao destino final, viagem essa que demorou, mais coisa menos coisa, umas três horitas. Por incrível que pareça, e sem sabermos 100% como, fomos dar directamente a Kortowo, mas claro, que o nosso co-piloto não se recordaria da ultima vez que lá esteve e não conseguimos encontrar a casa do chuchu… Mas uma simples chamada fez com que ele viesse ao nosso encontro, dando assim por terminada a nossa longe e aventureira viagem!

Chegados ao destino e a 'casa', lá nos instalamos cada um no seu cantinho, a fazer os habituais preparativos para uma soneca. Mas, muita calma nessa hora, porque uma festa nos esperava. Após aquecer em casa com umas cervejinhas e com um pouco de conversa, lá ganhamos coragem para enfrentar a noite fria que tanto nos ansiava. Fizemos uma visitinha rápida ao 'recinto' da kortowiada e de seguida fomos até à tenda ouvir um som e dar dois passos de dança, acompanhados pelos tão acolhedores espanhóis e italianos. Passaram-se umas horas e a noite chegou ao fim, levando-nos até casa para o merecido descanso. Escusado será dizer que os meninos, Márcio e Lenga, mal chegaram ao quarto deitaram-se nas respectivas camas e não voltaram a levantar o rabiosque até a manhã seguinte, enquanto que os resistentes, eu e o chuchu, ficamos na treta, acompanhados de mais umas cervejinhas, até ver o céu a começar a clarear (não pensem que era muito tarde, eram simplesmente quatro e picos da manhã).

O dia seguinte impôs-nos uma responsabilidade acrescida, a entrega do carro. Mas antes disto fomos ao famoso Rast gastar uns quantos zlotis para reabastecer o frigorifico e a despensa. Não é de estranhar que todos os dias foi necessário voltar ao Rast visto que o alarveirão do Márcio não parava de comer. Um passeio pelo lago e pelos parques que o rodeavam foi o que se sucedeu, levando-nos até ao centro da cidade. Almoçamos, a tarde e a más horas, num óptimo restaurante, em que pudemos apreciar um tradicional prato polaco. Depois desta tão saborosa refeição fomos dar um beijinho ao Senhor Copérnico, e seguimos para ver lojas e afins, porque a menina (já passo a explicar) Márcio queria comprar uns ténis. Eis que paramos numa sapataria e o Márcio estava todo contente a experimentar um par, mas dizendo que estavam um pouco apertados, ao que eu sugeri que ele perguntasse à menina da loja se não teria um numero maior. Mas um par maior não havia, havendo apenas uma grandiosa reposta dela: 'ah desculpa, mas esses ténis são de rapariga!'. Como podem imaginar desatamos todos a rir no meio da loja. Mas com sinceridade, os ténis podiam ser perfeitamente calçados por ambos os sexos, pois não tinha qualquer sinal de feminismo. After that, seguimos rumo até casa para descansar um pouco e preparar a próxima noite… Noite essa que não teve um sabor muito bom, visto que fomos parar a um gigante lamaçal, em que, literalmente, ficamos com lama até aos tornozelos. A nossa queria amiga Agata Sofia e a sua companheira Magda estavam já um pouco alegres e conseguiram-nos levar até ao magnifico concerto que estava a decorrer no tão acolhedor recinto bastante enlameado. É importante referir que não conseguíamos andar, mas sim patinar, até que, alguns de nós não conseguindo manter o equilíbrio caíram, e aí sim, ficaram com lama até às orelhas, não foi chuchu?! Claro que as meninas polacas estavam em pior estado e como tal acharam que nós teríamos que ficar como elas decidindo abraçar toda a gente. Imaginam o resultado de tal acto, não imaginam?! Depois de já não aguentar com o frio, a chuva e principalmente a sensação desconfortável de pés enlameados tomamos a decente decisão de ir para casa e tentar não sujar o que nos rodeava. Uma 'chuveirada', no wc, sob as calças e os ténis para tentar remediar esta estupenda ideia, sendo que alguém (não querendo referir nomes =p) estava de tal maneira suja, que entupiu a zona dos banhos e tudo à volta se tornou numa magnifica pintura rupestre! Estava na hora da caminha que um novo dia estava à nossa espera…

Dia 3! Um acordar retardado de todos nós, excepto o do Lenga, que decidiu madrugar e acordar apenas as 16h30… Chegou a hora da escravatura, em que fui obrigada a ir para a cozinha fazer o almoço, e como não tinha alternativa, lá fui eu, muito bem educadinha, fazer de mamã destes três meninos, porque senão eles não almoçavam. Mas o almoço tornou-se bastante mais agradável, com a presença da nossa Magda. =) Depois de tudo arrumado, da loiça lavada, das compras feitas e da sessão de secagem do calçado ter chegado ao fim, fomos até ao 'pontão' do lago, ter com os restantes erasmus amigos do chuchu! Um momento muito bem passado, mas com algum desconforto devido ao frio. Andamos por Kortowo, sempre acompanhados de umas cervejinhas, que fomos bebendo aqui e ali, parando num jardim ou num banco de rua, fazendo e falando as parvoíces do costume. Como o frio fazia questão de estar cada vez mais intenso, fomos até a um dos bares que existe lá no campus universitário, para dançar um pouco e tentar aquecer. A noite foi passando com muita animação e algum cansaço também. Porém as minhas forças haviam-se esgotado à algum tempo e decidi ir para casa para descansar, deixando os três meninos sozinhos a curtir a noite… E que curtição, certo meninos?! Como podem calcular não poderei contar o que se passou visto não estar presente, mas o facto é que muita coisa interessante aconteceu, já que o chuchu acabou a noite caído de um banco que existe no 'pontão' do lago. Claro que estes três 'idiotas' não podiam chegar a casa como pessoas normais, e irem directamente para a caminha… Tiveram que ir chatear a menina que já bem dormia, e que quando acordou ficou alcoolizada, tal era o bafo a álcool que os acompanhava. Mais um dia que passou por nós sem dar-mos por isso…

O acordar seguinte foi bastante pacifico devido à ressaca que cada um deles trazia! Mais uma vez fui obrigada a fazer o almoço, mas que não foi bem aceite por alguns estômagos. E não, não era por não estar bom, mas sim porque estes estavam a reflectir a noite que acabara de passar. O domingo foi passado sob uma constante preocupação: o voo da manhã seguinte, pois o querido vulcão Eyjafjallajoekull lembrou-se de renascer e atrapalhar todo o tráfego aéreo. Depois de muitas hipóteses colocadas em cima da mesa, optamos por ir para o aeroporto, como estava previsto, na manhã seguinte. O dia foi passado, em casa, a fazer as malas e a arrumar tudo para estarmos prontos para a partida. Voltamos uma vez mais ao centro, mas desta vez para ir comprar os bilhetes de comboio. Na viagem de ida, estávamos cinco, mas no regresso, só voltamos quatro. Que aconteceu ao quinto elemento, Lenga?! Pelo que parece este último perdeu-se nas ruas de Olzstyn, debatendo-se acidentalmente num Audi A3 desconhecido, que o levava a uma casa ainda mais desconhecida, para fazer algo que ainda nenhum de nós descobriu!! =P A tarde findou… Eu e o chuchu andamos a passear pela residência acompanhados de umas belas 'Special' até que decidimos ir passear. O Márcio, foi ao quarto buscar o casaco e não voltou mais. Que terá acontecido?! Sendo assim, eu, o chuchu e a Agata fomos passear pelo campus, ver as faculdades, os edifícios, a igreja e uma bela paisagem que só era alcançável do topo de um cume. Voltamos até à porta de casa pensando no que iríamos fazer a seguir, e eis que o quinto elemento desaparecido à já algumas horas deu sinais de si e veio ao nosso encontro. Optamos então por ir beber um copo a um outro bar, mas sem antes o Lenga subir até ao quarto para ir buscar cerveja. Voltou com um ar surpreendidíssimo pelo que encontrou no terceiro andar da residência, mais especificamente no nosso quarto, pois deparou-se com algo que não estava a espera. O que será que aconteceu, Márcio?! Ruma-mos até ao bar para dançar mais um pouquinho e conhecer umas meninas que por lá pairavam. E entretanto a noite chegava ao fim…

Poucas horas de sono tínhamos pela frente pois a alvorada seria bem cedo para apanhar o comboio. Após duas horas e mais uns quantos minutos, chegamos ao aeroporto de Bydgoczsz, e o que realmente temíamos aconteceu: voo cancelado! Permanecemos no aeroporto para fazer nova reserva e a aguardar novidades sobre possíveis alterações do tráfego aéreo. Infelizmente o nosso voo só foi remarcado para o dia seguinte, o que nos obrigou a pernoitar na cidade. Mas nem tudo foi desagradável, pois fomos muito bem recebidos e acolhidos pela tia da Agata, que se prontificou a ajudar-nos. Encontramo-nos com a senhora no centro da cidade, para nos levar a uma residência de estudantes para passar a noite sem gastar muito dinheiro. A comunicação entre todos nós não foi fácil visto que a senhora apenas falava polaco e alemão, mas lá nos entendemos com o 'arranhado' alemão que o Márcio falava. A residência, exclusiva a estudantes com potenciais artísticos do ramo musical, apesar de antiga era bastante acolhedora. Acomodamo-nos e prontos para nos despedirmos da tia da Agata, algo que não esperávamos aconteceu. Esta querida senhora surpreendeu-nos com umas florzinhas bastante cheirosas. Lá nos despedimos e agradecemos, num alemão bastante primário, e a senhora, supostamente, retomou a sua vida. Mas não ficou por aqui… Passado sensivelmente meia hora, a tia da Agata voltou, surpreendendo-nos novamente. Regressou à residência apenas para nos dar chocolates, bolos típicos da região, água e bilhetes de autocarro para ir-mos para o aeroporto. Estaremos eternamente gratos por esta recepção tão acolhedora e atenciosa!

Uma longa caminhada se seguiu para encontrar algum sitio para jantar, pois nada aparecia, ou o que aparecia, ou estava fechado, ou tinha um ar dispendioso. Com o estômago já aconchegado, estava na hora de regressar a casa para enfrentar websites de companhias aéreas para fazer a ligação do Reino Unido até Faro. O recolher foi precoce pois estávamos todos exaustos e antes de ser meia noite, já estávamos a dormir. A alvorada do dia seguinte foi tardia e relaxada pois teríamos bastante tempo para apanhar o avião.


E assim termina a excelente aventura por terras polacas… Obrigada Chuchu =)

9 comentários:

  1. no meio deste texto tão longo, com desaparecimentos e mistérios, ficou uma maior questão por responder... quem é que ficou sem um rim?

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  2. O alarveirão do Marcio? Sinceramente não foi bem isso que eu ouvi... mas pronto.
    Demorou para ser postado este capítulo mas olha que... quase que tive de fazer um intervalo para ler este post até ao fim... porra...lol

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  3. muito bem, Mu...eu ja nem me lembrava de metade das coisas....à k referir k eu te ajudei na cozinha, no pouco k sei...mas ajudei...
    na noite k foste dormir mais cedo....caí pk me passaram uma rasteira....e foi pena o marcio ñ ter comprado os tenis afeminados...

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  4. Impressionado....como o nosso Alain Prost (Lenga) deixou o carro ir abaixo tanta vez....tou curioso por ouvir as desculpas....é a embriagem k tem defeito, ou são as mudanças k tavam perras.... tou curioso....

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  5. pa carro de merda nem tinha rotaçao pa 3 pessoas la dentro, sim pk o meu mc claren nunca deixei mal. muu e os 3 gajos k s fizeram a ti na 1º noite isso n cotas, sai da cama pk o marcio tinha os meus tennis e tava a passear c a menina. e cheww n foi rasteira tu e k ja tinhas myas loiras em cima

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  6. Sim senhor Lenga! estas um perito em escrita encriptada!!! afinal a secção de espionagem dos fuzileiros serviu p alguma coisa....lol abraço!

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  7. pensava que tinha sido o único a não perceber pevas do que o lenga escreveu... tens razão sinocas, deve mesmo ser escrita encriptada!

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  8. Olá, gostaria de dar umas palavras de apreso um pouco amargas: por muito que as histórias e novelas da Polónia tenham grau de interesse, sugiro porém, de modo a não enfadar os leitores, recorrer a imagens demonstrativas de certas situações. Sei não irei ver metade das fotos pelo FB, pois sou anti-tal. Mas sim, imagens dão sempre jeito.
    Lenga, sempre gostei das tuas histórias, mas se queres convencer que estas são verdade, escreve como deve de ser, porque ainda não somos instrumentos roboticos, mas sim animais tradicionais...esquece lá os códigos.

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