segunda-feira, 22 de março de 2010

de turismo

Fazendo um parênteses neste ambiente de disputa, que sinceramente me é bem nostálgico, e aproveitando a pouca internet que tenho, vou tentar fazer um resumo da minha vida como turista pelas ilhas Canárias, antes que o tempo faça a sua parte e me comece a deturpar alguns dos acontecimentos. Acerca de uns dois meses, altura em que ainda andava com o coração nas mãos tal era a incerteza da minha tese, eu e a Lúcia (quem mais) partimos rumo a Lanzarote, que a partir de Coralejo, cidade mais a norte de Fuerteventura, fica a uns escassos 30 minutos de barco, 15 se estiverem dispostos a pagar mais para andarem num barco que parece saído de uma serie de ficção cientifica, mas como não tínhamos assim tanta pressa preferimos o dos 30 min. Durante a viagem passamos pela isla de lobos, que é uma ilha protegida onde estão a tentar reintroduzir uma população de lobos-marinhos, e que antes do natal tivemos a oportunidade de visitar. No que toca a Lanzarote, esta é uma ilha muito mais colorida e pitoresca que Fuerteventura, onde o negro e o vermelho da terra, o verde intenso da vegetação e o azul do céu e do mar se misturam e nos fazem tirar o fôlego por breves instantes. Esta ilha de origem vulcânica, é consideravelmente mais pequena que Fuerteventura e pode se percorrer de uma ponta á outra facilmente num dia em ritmo de turista. As partes de maior interesse da ilha são o parque de Timanfaya, que consiste em 50 km² de paisagem surreal cheia de rochas vulcânicas e com mais de 25 vulcões. Ainda existe actividade vulcânica nesta zona inóspita sendo que no restaurante do parque, a comida é feita com o calor que vem de um buraco. As últimas erupções ocorreram nos anos de 1730 e 1736. Os Jamelos de água também são uma passagem incontornável, em que o arquitecto César Manrique, concilio na perfeição a umas grutas de origem vulcânica com um restaurante e um museu temático sobre vulcões. Aqui também podemos encontrar uma espécie única de caranguejos cegos que fazem parte do atractivo turístico e que se encontram obviamente protegidos, Munidopsis polymorpha (obrigado, wikipedia). Finalmente na ponta norte da ilha encontra-se um miradouro no pico de uma falésia acutilante, em que tenta-lo confina-lo a meia dúzia de adjectivos, não seriam suficientes para lhe fazer justiça. A juntar à imponente localização do miradouro, estava um céu límpido que dava outra grandiosidade ao miradouro. Após este fim-de-semana atípico foi no barco de vinda que nos cruzamos com a equipa feminina de andebol de Morro Jable e que graças à Lúcia acabamos a falar com o treinador, e dai ate terminar com as mãos em uma infinidade de seios suados foi uma questão de dias.
Passado um mês, eis que damos por nós os dois, mais o irmão da Lucía no aeroporto rumo a Tenerife, para passar os célebres carnavais da ilha, que a par com os do Brasil fazem parte já parte do campo lexical carnavalesco mundial. Quanto ao disfarce tinha na minha cabeça uma ideia que já me vinha desde os carnavais do ano passado: mascarar me de wally, o ilustre desaparecido que tantos de nos passamos parte da nossa infância à procura da sua camisola às riscas no meio de dinossauros, cowboys, extraterrestres e todos esses seres fantásticos que cabem no imaginário de uma criança. Não me parecia um desafio muito grande, visto que só necessitava de uma bengala, uns óculos redondos, uma camisola e um gorro às riscas e um pouco de boa vontade por parte de todos os que me olhassem. Infelizmente nenhuma destas coisas estava ao meu alcance e tive de desistir da ideia. O irmão da Lúcia trouxe para eles os dois, um disfarce no mínimo curioso: pastilha elástica colada a um chinelo, que basicamente consistia em uma roupa cor-de-rosa com mais uns quantos papeis igualmente cor-de-rosa colados e um chinelo agarrado a uma bandolet. A ideia até estava bastante engraçada mas o facto de não querer ir de igual com ninguém, e de ter de passar a noite toda a explicar a todos os curiosos de que ia mascarado, fizeram com que procura-se outro disfarce, e uma vez que o tio dela ia todos os anos aos carnavais de certeza que não teria problema em desencantar um disfarce de dentro do seu armário. Ao chegamos fomos recebidos pelo seu tio que nos levou a conhecer a ilha, levando-nos ao Teide, o ponto mais alto de Espanha (3.718 m), que mais parece saído de um de uma historia de fantasia e pela parte norte ao longo de um sem numero de escarpas que terminavam no mar, novamente encaixando na perfeição com qualquer conto para crianças. Ao longo do nosso passei turístico entre outras coisas percebi que o tio da Lucía era homossexual, até aqui tudo normal, não fosse o facto de ser uma reencarnação de uma mulher, demasiado expressivo e que inconscientemente acabava com o pulso a fazer um ângulo de 45 graus, ao contrário do irmão da Lúcia que também o é, e em que os suas preferências são somente isso, preferências com ser benfiquista ou gostar de alheira com batatas fritas. Isto tudo para vos poder situar melhor na próxima situação: quando chegamos à noite e fomos a casa do seu teu com os seus amigos para nos disfarçarmos para a noite, apercebo-me que todos os disfarces do seu tipo eram constituídos por uma panóplia de topes, perucas e saltos altos. Como alguns de vocês já sabem a piada que eu acho a disfarçar-me de mulher no carnaval, tentei arranjar uma alternativa mas vistos que era o único naquele grupo que me sentia atraído pelo sexo feminino e não querendo ser rotulado, injustamente, de homofóbico, já começava a procurar uns saltos altos que combinassem com um vestido, quando o tio da Lucía já começava a dar a ideia de me fazer a barba e desfrisar o cabelo descobriu um traje ligado à igreja (não me lembro de como se chama). O disfarce aliado à minha tonalidade de pele, cabelo comprido e barba por fazer, lá acabou por me fazer encaixar na personagem de Jesus Cristo que após uns óculos escuros, uns brincos e um lenço se acabou por transformar em Jesus Cristo Super star. E desta forma lá fomos para os carnavais, eu mais 5 marias madalenas ou virgens marias.
E assim vos deixo mais um pouco da minha vida majorera por terras Canárias visto que a inspiração e a vontade de escrever já me começam a faltar o que me leva a fazer a reportagem fotográfica no próximo post.
E já agora é com grande satisfação que vejo que a minha entrevista já serviu para alguma coisa para além de me dar um ar mais profissional, visto que uma das escamas já me veio contactar para ver a possibilidade de me seguir os passos como tratador de tartarugas, veremos como se desenvolvem as coisas.

3 comentários:

  1. vidinha de turista é o que é... de Jesus Cristo Super Star?!?! ahahah lindo =)

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  2. Por favor ñ metas fotos mascarado de Jesus crist.....axo k ñ kero ver essa imagem...
    Gostei dakele parte k em 3 gajos e uma gaja so tu te sentes atraido por gajas...
    Belas vidas ai....mt bem...

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