terça-feira, 11 de maio de 2010

La moda

Não é que o verão tenha chegado a Fuerteventura, a verdade é que ele nunca saiu de cá, mas no último mês, as temperaturas aumentaram e as praias deixaram de ser habitadas somente pelos estrangeiros, para começarem também a serem frequentadas pelos locais. No decorrer dos meus muitos e longos passeios pela praia, tive a possibilidade de contemplar e examinar estas duas tribos.

No caso dos estrangeiros, estes como seriam de esperar não se fundem na morena areia mas sim na brancura da espuma das ondas. Eu pessoalmente fiquei surpreendido ao inicio com estas silhuetas brancas que se espalhavam pela praia, levando-me a desconfiar mesmo que alguns deles estão a ter o primeiro contacto com a luz do sol, tal o seu aspecto cadavérico. Mas como a experiencia me ensinou, será somente uma questão de horas para que se deixem de conseguir diluir na espuma das ondas para se camuflarem nos vermelhos guarda-sóis. Ou seja em geral estes podem descrever-se como uns espectros de cabeleiras lisas e loiras que basta não ser de noite para se esticarem na praia a tentar aproveitar os raios solares para poderem voltar para os seus países com um bronzeado (?) como prova de que tiveram na praia.

Relativamente aos Marroreros, a impressão com que fiquei foi de estar rodeado de um sem número de genéricos de má qualidade do nosso Cristianos Ronaldo. Os seus corpos encontram-se totalmente despromovidos de pelos, ou pelo menos a parte que está à mostra, os seus penteados resumem-se todos a cristas, penteados a fazer lembrar a tropa ou à “maquina zero”, sendo que alguns como se não basta-se, aventuram-se em descolorar o cabelo. Como acessórios, normalmente levam um crucifixo de plástico branco ao pescoço, uns óculos dos chineses, e uns fatos de banho justos, com motivos que passam normalmente por chamas, caveiras, correntes e bonecos, com umas cores berrantes e desajustadas, que me levaram a querer que os canários eram daltónicos mas com o tempo percebi que era só falta de gosto. Muitos deles têm tatuagens, que geralmente são nomes ou apelidos em chinês árabe e espanhol que normalmente podem ser encontradas ou em baixo do umbigo, no pescoço, nos antebraços ou nos gémeos, que na minha opinião dentro de uns 10 anos, quando esta fase de rebeldia passar, muitos deles se vão arrepender do compromisso que a sua pele fez.

Não me interpretem mal, não é que o amor e a beleza não aconteçam aqui mas só que em alguns casos à que procurar bem e com boa vontade.

Na minha opinião aqui a mentalidade assemelha-se um pouco à de qualquer vila perdida por Portugal mas rodeada de mar… pergunto-me se nos açores ou na Madeira encontraria a mesma tendência.

Nos próximos dias vou deixar definitivamente estas paragens, visto que a minha presença aqui já à algum tempo deixou de se justificar, fazendo com que volta ao nosso Portugal para assentar as ideias e pensar em que projecto me irei enfiar visto que este não me serviu para o que eu queria. Entretanto vou passar uns dias a Madrid com a Lucía que imagino que irão justificar mais um post.

2 comentários:

  1. Pelo que vejo, aí a malta deveria dar-se bem com o Lenga, lol, depilados, coloração do cabelo... enfim são gostos.
    Talvez seja cedo, ou não, para te pores a pensar em novo projecto, mas caso estejas interessado em ir para Fernando Noronha, para trabalhar com tubarões (sei que não são as tuas amadas tartarugas), mas sou capaz de te arranjar o contacto de um gajo brasileiro, que talves gostasse de receber alguem para trabalhar com ele, pelo menos foi essa a ideia que fiquei, quando lhe falei sobre uns artigos dele. Mas pronto, caso estejas interessado arranjo-te o contacto.
    Diverte-te por Madrid e até qualquer dia!
    abraço

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