sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Olor a Portugal

No inicio deste mês, aproveitei o fato do meu pai fazer anos e voltei assim ao nosso Portugal, para reavivar saudades e voltar durante duas noites, às boémias noites de um tal de bairro alto, desta vez com sotaque italiano. Serviu também para reencontrar o conforto de vestir uma camisola ou de me aconchegar com uma manta pela noite.

Quanto a novidades pelo que percebi ainda continua meio país histérico com a gripe A, e o tema ainda serve para preencher o inicio dos diversos noticiários. Visto que por terras canárias ainda não chegou tal doença, falo-vos de uma praga a nível mundial que nem a modesta cidade de Morro Jable escapa: os emigrantes portugueses. Não querendo obviamente menosprezar ou criticar esta classe, porque ao fim ao cabo todas as escamas pertencem ou irão pertencer a esta classe, mas a verdade é que não me posso deixar de surpreender de como os descobrimentos e a necessidade de zarpar para outras terras ainda nos é tão intrínseco do povo lusitano, e quase de certeza que até ao final das vossas estadias vão encontrar algum portuga para ai desterrado se é que ainda não o encontraram. No meu caso este encontro de terceiro grau deu-se em quatro ocasiões: ao deparar-me com esse clássico acessório de emigrante que é o cachecol da nossa seleção num tablier, ao perguntar uns horários de autocarro e me responderem num familiar portunhol, ao recorrer a essa atividade tão criativa, juntamente com a Lucía, de reciclar cadeiras ou mesas que se encontram à espera de serem recolhidas pelo camião do lixo e ser denunciado por umas quantas pragas destinadas ao peso do sofá, ou através do conhecimento de pessoas em comum. Esta ultima situação leva-me ainda a falar de outra estirpe desta praga, já sofria pelo nosso amigo pega por terras mexicanas: o de encontrar outro BMP por terras estrangeiras! Pois está bem que em ilhas diferentes, mas vim encontrar a Catarina e o Diogo, acho que ambos têm mais uns quatro anos acadêmicos em cima que nós, e sendo o Diogo o irmão da Mafalda (Mafaldofca) se bem se recordam nos fez o favor de massacrar as nossas até então imaculadas mentes num tal jantar de mestres e de nos fazer comer esse jantar de molas com a ajuda de um outro amiguinho (azar o meu que me calhou um alarve na rifa). Não me interpretem mal, claro que é sempre bom encontrar pessoas que partilham a nossa língua e cultura, e que nos cedem com toda a naturalidade um teto só por estas afinidades (como foi o caso do fim de semana passado que aproveitamos e fomos ao WOMAD em Las Palmas, que é um festival um pouco na onda do musicas do mundo), mas não deixa de ser estranho o fato de nunca conseguirmos ser os únicos portugueses num sitio.

Entretanto, posso não estar rodeado de nórdicas ou ir a concertos, mas aproveitei o fim de semana e fui ao festival anual de papagaios de papel... imagino que pode parecer um pouco infantil mas a verdade é que passei uma agradável tarde na praia, igual a um miúdo de 10 anos a correr de um lado para o outro com um sorriso de orelha a orelha e que no final acabou com mais fotos que papagaios, mas valeu a pena.

Para finalizar, finalmente começo a sair da minha concha e a socializar com a comunidade cabo verdiana como com os locais, imaginando que futuras historias com estes elencos não irão faltar!



3 comentários:

  1. afinal tás vivo!! ufa... já tou mais descansado. Tou a ver que tás a passar uma estadia estupenda por aí. E agora vais-te meter com os caboverdianos? lol agora é que vais dançar à séria...lembras-te da semana académica? quando parecias uma mola?! vais voltar refinado...espero! ahah
    abraço

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  2. Epá porra, deste sinais de vida!!! já estava para ligar à embaixada para saber de ti!
    Tão e já tens o corrector ortográfico do novo acordo ortográfico instalado no pc?
    vá, fica bem meu menino!
    P.S. ve lá se vais ao skype, uma vez ou outra, só para falar-mos da operação Polónia!
    abraço

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  3. Tás vivo!!!já não conseguia dormir, a pensar o que se terá passado com o meu menino, mas afinal continuas vivo e com saude...tava a ficar preocupado.....Que rapaz tão actualizado....o novo português ortográfico...muito bem....claro que aqui na Polonia já encontrei um português e por acaso até o conhecia...era um gajo que jogava futebol, na equipa de economia...e que sentiu na pele a magia do futebol dos originais carapaus de corrida...ñ apareças na skype, k ñ é preciso, sñ vens no rasto do avião pra Polonia

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