segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

situación actual

E após uma longa ausência deste espaço, por razões ainda por atribuir, eis que regresso ao universo dos posts.
Antes de ter ido de férias de Morro Jable para me juntar à cimeira de BMP por terras polacas, para além da rotina e de meia dúzia de peripécias, vou tentar fazer uma espécie de “melhores momentos” destes primeiros meses em terras Majoreras para os interessados. Ao fim ao cabo é esse o propósito deste blog, fazer uma espécie de diário para tentar evitar essa pergunta tão ambígua, com a qual de certeza que vamos ser confrontados, que consiste em quando estamos com uma pessoa que já não vemos à um tempo considerável, se lembra de nos perguntar “e então que tens feito? Que tal essa estadia no estrangeiro?”. E das duas uma ou respondemos da maneira mais superficial e flutuante possível, como por exemplo com um “está tudo bem muito sol e praia e calor” ou então tentamos fazer um resumo exaustivo no qual nos acabamos irremediavelmente por perder. Assim, embora nem todas as escamas partilhem as suas epopeias aqui vos vou relatando um pouco desta minha experiencia.
Para começar tenho de falar da vida nocturna, sim porque descobri que a noite de Morro Jable não se resume só ao bar Tortuga em que a banda residente só por ser do Pais do leite-creme e da mão de Deus se acha no direito de traduzir clássicos da música mundial (da ultima vez que estive lá fui presenteado com a musica three litlle birds do Bod Marley versão espanhola “esta es una mensaje para tiiIIIiiIIIiiII”).
Mas como estava a contar, foi através da comunidade cabo verdeana da minha residência que conheci a vida nocturna de Morro Jable. Dirigimo-nos para o “Shopping”, que consiste numa zona onde se encontram 3 ou 4 bares e em que a música por vezes me trás à memoria os carrinhos de choque da feira de S. João. A primeira raridade com que reparei, foi que a maioria dos cabo verdeanos não bebem e só saem para dançar (que conceito mais estranho de sair à noite). Desta forma dei por mim ainda a fazer aquele compasso de espera que vai desde o momento que chegamos a um sítio e vamos pedir uma cerveja para nos ambientarmos, e já todo a gente estava a dançar. Ainda fui dar o meu pezinho de dança mas sempre que uma das cabo verdeanas me puxava para dançar ficava sem saber o que fazer. Se bem que de vista já as conhecia a todas do refeitório e as mini saias e calções curtos também não foram novidade pois todas elas se passeiam pela residência assim, o que realmente me chamou a atenção foi a maneira de dançarem e toda a aura de sensualidade que as rodeia. As suas danças transpiram sexo, e isto aliado ás suas tonalidades achocolatadas, silhuetas esculturais e curvas avultadas, foi mais que suficiente para com o decorrer da noite dar por mim hipnotizado por esta magia negra. Como estava a relatar, ainda ouve algumas tentativas de dança, mas após ter sido alvo de uns quantos movimentos pélvicos mais arrojados e dar por mim em movimentos que mais pareciam saídos do Kamasutra lá tive de sair dali como a desculpa que ia buscar uma cerveja e prometendo a mim mesmo que para a próxima faria melhor figura. Dada esta incompatibilidade rítmica, passei o resto da noite a falar com duas cabo verdeanas que ao estarem sentadas, consegui estar a falar com elas sem ter de recorrer a movimentos pélvicos ou meu escasso ritmo. Dai em diante já tenho regressado a este espaço mas acaba normalmente comigo bem regado alcoolicamente a tentar entrar no ritmo ou vidrado em um sucessão de posturas mais arrojadas.
Outro episódio incontornável desta minha estadia, foi o facto de ter sido entrevistado pelo conceituado Daily Telegaph para um documentário que estavam a fazer sobre as ilhas Canárias. Desenganem-se se pensam que me entrevistaram a mim como podiam ter entrevistado outro qualquer desconhecido que estivesse a passar por essas bandas, o que eles realmente procuravam eram os meus conhecimentos de biólogos. Visto que a Lucía estava a fazer observações e que as outras funcionarias não têm vocabulário suficiente para ter uma conversa sem que ao fim da quarta palavra tenha de gesticular e recorrer a onomatopeias para se fazerem entender, calhou me a mim dar a cara e o meu saber pelo projecto. Pelo sim pelo não antes da entrevista fui ler os folhetos do projecto não me fossem perguntar alguma coisa que desconhece-se. E assim foi, com uma barba de um par de semanas e com uma expressão desgastada por uma manha de árduo trabalho, lá decorreu a entrevista de um sem número de planos quer de perfil, de longe, de perto, de trás lá e lá fui falando, fazendo entender no meu inglês ferrugento. Sinceramente depois de ter ido a polónia e de não me ter conseguido fazer entender em inúmeras situações, começa-me a vir à ideia a possibilidade de eles fazerem a gracinha ou de porem legendas ou de falarem por cima de mim para que o meu saber se faça entender em terras britânicas. Pelo que me disseram a peça estará pronta por volta de finais de Janeiro, e por essa altura lá irei colocar um link aqui no blog, dos meus cinco minutos de fama registando o dia em que um Eborense sai do anonimato e apareceu num documentário em terras de sua majestade, a falar sobre tartarugas em solo Canário.
Para terminar este regresso ao passado, gostaria ainda um relatar. À uns tempos, eu e a Lucía fomos ao nosso então responsável pelo departamento das substâncias psicotrópicas.
Tratava-se de um T0 em que dono, um tal de Jorge de trinta e poucos anos, nos recebeu em sua casa. Desde logo me deu o seu estojo e me disse para fazer um desses cigarros que tão populares se tornaram entre os estudantes. Eu, meio levado pelo optimismo do álcool que já se sentia notar após uma anterior passagem por um bar ai perto, aceitei o desafio. Quando chegou a complicada parte de enrolar, ocorreu-me que não o iria conseguir fazer. Meio atrapalhado lá tive de deixar cair a minha mascara de pessoa desenrascada nestas andanças e tive de pedir que me termina-se a o serviço, por assim.
Depois deste episódio, aos poucos o ambiente voltou ao sítio e após alguns momentos, inspirado pelo ambiente, Jorge contou-nos que tinha uma criação de três tarântulas ai no quarto. Intrigado pelo relato, lá o bombardeamos com perguntas, entre as quais, de que se alimentavam. Como em tantas outras respostas, contestou com a maior das naturalidades que eram alimentadas por osgas e que as mantinha à solta no quarto. Desta forma sempre que tinha de alimentar as tarântulas partia numa epopeia para caçar, no verdadeiro sentido da palavra, as osgas, por detrás dos armários, das mesas, da roupa espalhada no chão e afins. Para todas as pessoas, que por vezes insistiam em rotular o meu antigo retiro, um tal de segundo B, como desorganizado e desarrumado, acho que este incidente vem alterar um pouco esse conceito.
E com esta ultima historia termino o ponto de situação em parte também para não secar em demasia futuras conversas sobre as Canárias e poder agora centrar me um pouco mais nessa ate agora pouco divulgada operação polónia. Imagino que à minha semelhança, já devem de haver ai umas quantas cabeças a fervilhar, com vista a futuros post a publicar, como flatulências mal controladas e competições internacionais!

4 comentários:

  1. Bem caro templaria, relativamente à operaçao polonia, eu pra semana vou abrir o livro...se ninguem se antecipar a mim....encontraste um gajo com um quarto mais desarrumado k o teu?? ñ é facil.... e é verdade, julgavas k percebias ingles, mas eu (um leigo em ingles) tive de te ajudar diversas vezes pra falares com gajas aki na polonia.....e enrolar esses tais cigarros.....nnc me enganaste...ou mais enganaste-me uma vez graças ao Dennis..... dassss....

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Bem confesso que por momentos me custou imaginar te a dançar com toda essa aura de sensualidade que referiste no post... porque será?! No entanto, nenhuma história se sobrepõe à do 'cigarro' que não conseguiste fazer!! isto são só coisas de templária =P relativamente à secreta operação polónia, como diz o nosso amigo chuchu, vocês estão com medo de abrir o livro! Lol

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  4. Com os certos condimentos danço qualquer musica muh! pois chewbacca sempre os mesmos a ser enganados...mas contou como enrolado!lol

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